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Agroecologia beneficia produtores do Norte de Minas; entenda modelo de produção

Produção agroecológica promove práticas sustentáveis, sem o uso de agrotóxicos e com foco na harmonia entre a produção e a natureza

Horta no Assentamento Vale do Guará, em Vargem Grande do Rio Pardo, no Norte de Minas

O sistema de produção agroecológica tem beneficiado os agricultores do Assentamento Vale do Guará, em Vargem Grande do Rio Pardo, no Norte de Minas. Entre as vantagens, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) destaca mais qualidade na produção de alimentos e aumento da renda familiar.

A agricultura de base agroecológica é voltada para a construção de sistemas produtivos sustentáveis, com manejo adequado dos agroecossistemas e da biodiversidade. Segundo o extensionista da Emater-MG, Wander Silva Viana, os moradores do assentamento começaram a receber assistência técnica da empresa em 2009. Desde então os trabalhos para o desenvolvimento da agricultura e da qualidade de vida não param. Uma dessas ações foi a implantação da produção agroecológica.

‘A atividade tem sido benéfica, principalmente, porque essa região é de baixa pluviosidade. Agora eles cultivam vários produtos, entre verduras e legumes. Além disso, [o sistema agroecológico] apresenta baixo custo para implantação e manutenção, uso eficiente dos recursos naturais e proporciona geração de emprego e renda aos moradores', explica Viana.

Cerca de 17 famílias aplicam a agroecologia no cultivo de hortaliças, mandioca e feijão. A produtora, Nely Soares Santos, contou que no assentamento são produzidos mensalmente mais de 2.000 quilos de hortaliças.

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‘Desde que implantamos o sistema temos notado melhoras. Houve um aumento da produção e também da demanda. O povo, quando fica sabendo que é sem veneno, fala: vou levar, então. Além disso, as caldas [agroecológicas] são mais eficazes que os venenos, as pragas demoram mais tempo para aparecer’, destacou a produtora.

Agroecologia no Brasil

A adoção de métodos agroecológicos tem ganhado força no Brasil, principalmente no âmbito da agricultura familiar, na qual produtores buscam maneiras de garantir a soberania alimentar sem comprometer os ecossistemas locais. O uso de insumos naturais e o fortalecimento da biodiversidade são pilares desse modelo, que tem impactos positivos tanto na saúde dos consumidores quanto na redução de emissões de carbono e na proteção dos recursos naturais.

Na prática, a agroecologia proporciona alimentos mais saudáveis e variados à mesa dos brasileiros, contribuindo para o combate à fome e desnutrição, ao mesmo tempo em que impulsiona a economia local. Agricultores familiares encontram na agroecologia uma alternativa viável, reduzindo sua dependência de insumos externos e aumentando a resiliência de suas culturas diante das mudanças climáticas.

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O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) destaca que, além de ser uma abordagem agrícola, a agroecologia é um movimento social que preza pela justiça agrária, inclusão social e valorização do saber tradicional.


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde