A partir de hoje (2) cafés super especiais, cultivados nas quatro regiões produtoras de Minas - Matas de Minas, Cerrado Mineiro, Sul de Minas e Chapada de Minas -, e ganhadores do 19º Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés, promovido pela Emater-MG no ano passado, passam a ser vendidos em supermercados da rede Verdemar. Hoje, no início das vendas, o Governador Romeu Zema (Novo) visitou uma das lojas, no Sion, região Centro-Sul. As mercadorias integram a linha especial “Cafés Campeões”. Este é o quinto ano consecutivo que a rede de supermercados comercializa os cafés vencedores do concurso. Esta edição reuniu produtos de 16 cafeicultores que tiveram as melhores classificações na competição de 2022.
“Acho que poucos produtos significam tanto para Minas quanto o café, pela quantidade de empregos que gera e pelas exportações. Quando alguém fala de Minas Gerais, parece que automaticamente já vem em mente o café, assim como o queijo”, disse o governador, em seu discurso.
Apesar de não falar com a imprensa, ele também disse que quer que os cafeicultores de Minas tenham a chance de ter uma remuneração melhor pelo trabalho que fazem. Para se ter uma ideia, a saca do café convencional é comercializada, em média, por R$ 800. Segundo o próprio sócio do Verdemar, o café ganhador do concurso, teve a saca vendida por R$ 7 mil reais! Os grãos ideias são colhidos manualmente, um por um. O produtor vencedor do concurso, Ercilei José, de Manhuaçu, na Zona da Mata, fala sobre sua produção.
“Comecei a produzir o café especial em 2010. Erramos bastante mas, graças a Deus, acertamos mais do que erramos e chegamos até aqui, como o melhor café do estado. Trabalhamos num esquema de agricultura familiar com minha esposa, cunhada, irmãos, mãe e sobrinhos”.
Questionado sobre a diferença do seu café especial para o café convencional, Ercilei explica que o diferencial começa no pós-colheita. “É preciso acertar bem o ponto de maturação e trabalhar com muito cuidado. O café convencional, em geral, alcança até uns 79, no máximo 80 pontos. Meu café vencedor atingiu 91,400 (média final). O recorde mundial é de 95 pontos. Então, com essa excelência toda é difícil conseguir volume de produção, por isso ele tem que ser valorizado”, explicou.
ICMS não deverá afetar o produto
O café não faz parte da lista de produtos que devem ser afetados pelo aumento do ICMS em Minas, sancionado pelo Governador. Otávio Maia, diretor presidente da EMATER, fala se o imposto vai chegar no café:
“Na verdade, essa sanção envolve a retomada de um imposto que já era praticado no ano passado. Então, esse impacto já está absorvido pelo mercado. É do interesse do governo reduzir tributos”.
Outros produtores que participaram do concurso e ficaram bem colocados também estão tendo seus cafés embalados e vendidos pelo Verdemar. Nas embalagens, consta foto e história do agricultor, a nota obtida na competição, características do produto, além do selo do concurso da Emater-MG. As informações agregam valor ao produto e agradam consumidores cada vez mais exigentes.
Outros produtores que subiram no pódio no concurso também estão tendo seus cafés vendidos pelo Verdemar. O preço do pacote varia de R$ 40 a R$ 60 reais.
O Concurso
O Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais de 2022, recebeu 1.422 amostras concorrentes de café arábica, de 153 municípios. Os cafés participantes passam por análises físicas e sensoriais feitas por uma comissão julgadora formada por classificadores e degustadores de café. Na primeira etapa de análise, são classificados os cafés que obtêm o mínimo de 85 pontos, de uma escala que vai até cem, de acordo com as normas da Associação de Cafés Especiais (SCA), entidade internacional de referência no setor.
A produção dos cafés participantes também passa por uma avaliação socioambiental. Ações como a proteção de nascentes da propriedade, preservação de mata ciliar dos cursos d'água, entre outros, também valem pontos. As amostras selecionadas na primeira etapa seguem para uma nova avaliação.
O Café em Minas
Minas Gerais é o maior produtor de café do país. Em 2022, foram produzidas no estado cerca 27,5 milhões de sacas de 60,5 quilos. Para 2023, está prevista a produção de 28,3 milhões de sacas.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o café foi o produto mais comercializado nas exportações do agronegócio mineiro no último ano, atingindo a marca de US$ 6,9 bilhões, um recorde. O café mineiro foi vendido para 88 países. Alemanha (21%), Estados Unidos (20%), Bélgica (10%), Itália (10%) e Japão (5%) foram os principais destinos.
