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Presidente da Faemg analisa queda na receita das exportações mineiras

Antônio de Salvo diz que não haverá tempo para recuperação ainda esse ano, mas garante que setor segue ‘competitivo e sustentável’

Antônio Pitangui de Salvo, presidente da Faemg

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui de Salvo, lembrou que a queda no preço das commodities não é um problema mineiro e sim nacional. A análise foi feita, a pedido da Itatiaia, logo após a divulgação do balanço parcial (de janeiro a agosto), ontem (20) pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seapa). A redução na cotação internacional de produtos como o café, a soja e o trigo impactaram negativamente na balança comercial mineira.

As exportações do agronegócio mineiro alcançaram US$ 9,49 bilhões e 10 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e agosto deste ano. Os números representam um acréscimo de 12,5% no volume e uma retração de 7,6% - cerca de US$ 0,8 bilhões - na receita em comparação ao mesmo período de 2022, que arrecadou US$ 12,9 bilhões até outubro. O secretário adjunto de agricultura e pecuária, João Ricardo Albanez, disse que ano passado foi ‘atípico’ em função da Guerra da Ucrânia e de grande demanda mundial por alimentos, o que provocou supervalorização das commodities.

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“Tivemos uma queda natural no valor bruto total exportado porque tivemos uma redução muito grande no valor de quase todas as commodities. Estamos enfrentando um rearranjo no mercado mundial pós-pandêmico”, analisa.

Questionado se teremos tempo de recuperar essa perda até o final do ano, ele foi realista: “O ano está acabando. Não acho que haverá tempo de uma recuperação significativa nos preços, mas certamente vamos continuar sendo um país altamente competitivo internacionalmente e Minas é parte disso. Estamos ampliando áreas em desmatamento de forma sustentável, recuperando pastagens, transformando pastagens em lavouras, transformando as pastagens em pastagens não degradadas, com maior capacidade de suporte, consequentemente com mais produtividade de carne e leite por hectare. Enfim, a tecnologia está aí, nós estamos usando-a de forma firme para que, mesmo com preços menores, a gente possa continuar sendo um setor altamente competitivo”.

Antônio disse ainda que, com o tempo, essa ‘pequena queda’ na balança de exportação mineira será equalizada e que o mais importante é o Estado manter a diversidade de produção - a maior do país, segundo ele - de forma sustentável.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.