A Serra da Canastra, famosa por seus queijos artesanais, agora também quer ser reconhecida pela qualidade de seus cafés. A Associação dos Cafeicultores da Canastra (Acanastra) se uniu ao Sebrae Minas e, juntos, eles lançam, em 27 de junho, em Piumhi, a marca território Café da Canastra, uma estratégia de promoção e posicionamento do produto no mercado para fortalecer a união dos produtores e a identidade do território.
Nos últimos anos, a cafeicultura na Região da Canastra tem se desenvolvido, beneficiando todos os elos da cadeia, - fornecedores de insumos, assistência técnica, produtores, armazéns e empresas de torrefação.
A ideia começou a ser desenvolvida em 2019 quando duas associações de produtores de café existentes na região buscaram o apoio do Sebrae Minas para criar uma nova instituição que representasse os cafeicultores da Região da Canastra. Assim, foi constituída a Acanastra, que hoje contabiliza 35 associados. O objetivo foi criar uma identidade própria para os cafés produzidos na região e colocar a origem Canastra no mapa das regiões produtoras de cafés do Brasil.
“Ao longo dos anos, criamos um jeito único de produzir café, integrado ao meio ambiente e à nossa cultura. Estamos sempre atentos a novas tecnologias e manejos que possibilitam o armazenamento de água no solo. Isso gera maior produtividade e qualidade nos cafés. Com a parceria do Sebrae, organizamos nossa governança para valorizarmos ainda mais o trabalho dos produtores e o reconhecimento da região”, disse José Carlos Bacili, presidente da Acanastra.
“Há uma década, o Sebrae Minas promove ações na região para resgatar a tradição e identidade em torno da produção do agronegócio. Agora com o café, o resultado pode ser visto nos ganhos de qualidade, sabor e, principalmente, de valor. Tudo isso graças ao esforço e comprometimento dos produtores da região que não têm poupado esforços para buscar mais conhecimento técnico e novas soluções para suas lavouras,” disse o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Diagnóstico
Em 2022, o Sebrae Minas e a Acanastra deram início ao trabalho de branding do café produzido na Região da Canastra. Para isso, foi realizado um diagnóstico que identificou as características regionais e as diferenciações do produto. O resultado foi a criação da marca território Café da Canastra. “Essa estratégia expressa o propósito, valores, identidade, tradições e o posicionamento da região no mercado”, disse Marcelo Silva.
Plano de Ação
Após o lançamento, que acontece no dia 27 de junho, em Piumhi, a marca território Café da Canastra será incluída, gradativamente, nas embalagens dos produtos, assim como em materiais promocionais da região. O próximo passo será a elaboração de um plano de ação com o objetivo de regulamentar, proteger, controlar e promover a marca. “Ao longo dos anos, criamos um jeito único de produzir café, integrado com a valorização do ambiente e de nossa cultura. Nossas plantações são irrigadas a ‘céu aberto’ e buscamos novas tecnologias para conseguirmos um café diferenciado”, disse Bacili.
Valorização de origem
A Canastra se torna a sétima região em todo o estado beneficiada com o trabalho do Sebrae Minas em relação ao desenvolvimento local em torno da cafeicultura. Outras regiões contempladas são: Cerrado Mineiro, Matas de Minas, Mantiqueira de Minas, Chapada de Minas e a Região Vulcânica – sendo as três primeiras citadas, já com a Indicação Geográfica (IG).
Notas de frutas amarelas e chocolate ao leite
O Café da Canastra possui características climáticas e geográficas que influenciam na qualidade do produto. Em geral, os cafés da região apresentam aroma e sabor de mel, frutas amarelas, tropicais e cítricas e chocolate ao leite com nuances de castanha, limão-cravo e laranja. Possui doçura alta com notas de açúcar mascavo e cana de açúcar em equilíbrio com a acidez elevada e predominantemente cítrica. O corpo é denso, cremoso e sedoso com finalização longa e doce.
Foi por causa dessas caraterísticas que em 2022, a Acanastra deu entrada ao pedido de registro de IG, na modalidade Denominação de Origem (DO), no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Vale lembrar que as IGs são instrumentos legais que asseguram a exclusividade no uso do nome geográfico do produto do território, sob a gestão de uma entidade representativa dos produtores.
A expectativa dos envolvidos no projeto é que a conquista da Indicação Geográfica garanta ainda mais qualidade e a autenticidade dos cafés produzidos nos 10 municípios que fazem parte da região, impulsionando o desenvolvimento econômico.
Café da Canastra
10 municípios
1,1 mil produtores
750 mil sacas produzidas por ano
33.223 ha de área plantada - Piumhi (16.228 ha) e São Roque de Minas (5.888 há), somam juntas mais de 60% da área de café
21.500 empregos diretos e indiretos
Lançamento da marca território Café da Canastra
Dia 27 de junho, às 19h
Fazenda do Lindomar Eventos: – Rodovia MG 050, km 228,3
Piumhi/MG
Informações: (35) 3526-8874