O consumo de carne bovina no Brasil caiu mais uma vez pelo 4º ano consecutivo. Em 2022, o consumo da proteína chegou a 24,2 quilos por habitante, o menor patamar desde 2004. Os dados são do site Consultoria Agro - Conhecimento Setorial em Agronegócio, do banco Itaú.
O aumento da pobreza no país, o encarecimento do produto, a queda na renda e mudanças culturais em curso são apontados como motivos para a redução do consumo.
Queda superou previsão da Conab
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) havia previsto que o
Em contrapartida, produção aumentou
Curiosamente, a produção de carne aumentou. No total, 29,8 milhões de cabeças foram abatidas no Brasil, uma alta de 7,5% em relação a 2021. A alta foi puxada pela volta dos abates de fêmeas, aumentando a oferta de gado aos frigoríficos e, consequentemente, nos açougues e supermercados.
Nos anos anteriores, os pecuaristas preferiram deixar as vacas vivas para que gerassem bezerros, que estavam supervalorizados na ocasião.
“Para 2023, vemos como provável um novo aumento da produção de carne em função da possível continuidade dos descartes de fêmeas (o bezerro segue pressionado), mas, por outro lado, enxergamos como positiva a demanda externa, sobretudo com a recente reabertura do mercado chinês e possibilidades de crescimento em outros destinos”, diz análise do site.
O Questionamento dos Jovens
Se a inflação restringe o acesso ao produto, outros fatores incentivam ainda mais a tirá-lo do prato.
De acordo com a consultoria, a partir da década de 1980, pesquisas científicas associaram, pela primeira vez, o consumo de carne vermelha a doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde.
A partir dos anos 2000, outros questionamentos da população jovem, ganharam força, como: a preocupação com os impactos ambientais da produção e o tratamento dado aos animais, considerado muitas vezes cruel.