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MAPA lança ‘Observatório das Mulheres’ que embasará políticas públicas para o segmento

Iniciativa é uma das ações escolhidas para fazer parte da campanha #mulheresrurais da FAO

Um milhão de mulheres dirigem propriedades rurais no Brasil

A partir de agora, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) conta com uma importante ferramenta para implementar propostas de aprimoramento e formulação de políticas públicas voltadas para a participação das mulheres no agro brasileiro. Trata-se do “Observatório das Mulheres Rurais do Brasil”, lançado, ontem (14) em Brasília.

O projeto é uma iniciativa conjunta do Ministério, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com apoio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A ideia é subsidiar, por meio da estruturação de um banco de dados, estudos e análises, tornando mais efetivo o desenvolvimento de programas direcionados para as mulheres rurais.

O ministro da Agricultura, Marcos Montes, destacou a importância dos dados, a serem disponibilizados no Observatório, para elaboração de políticas públicas. “O Brasil é carente de dados. Esses dados nos dão a oportunidade de conhecer a realidade das mulheres do campo”, disse, ressaltando a importância da participação feminina na produção de alimentos e combate à insegurança alimentar global.

O secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Márcio Cândido, destacou a importância da participação das mulheres na produção agrícola mundial. “As mulheres produzem grande parte dos alimentos que alimentam o mundo. Nesse sentido, o Observatório corrobora para o avanço de políticas de gênero voltadas ao protagonismo e fortalecimento econômico do trabalho delas”, discursou.

Para a diretora do Departamento de Cooperativismo e Acesso a Mercados do Mapa, Fabiana Durgant, a iniciativa irá traçar um retrato do cenário atual das mulheres rurais do Brasil. “Conseguiremos ampliar políticas públicas mais efetivas para as mulheres agropecuárias”.

Para o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, o Observatório é uma importante conquista, pois não existia um espaço com dados oficiais sobre a participação das mulheres na produção agrícola brasileira e contribui para o cumprimento da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas no que se refere ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 - Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas, garantindo a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades até 2030.

Participaram do evento a secretária-executiva adjunta do Mapa, Mara Papini, servidores, representantes do agro e produtoras rurais.

Um milhão de mulheres dirigem propriedades

A plataforma foi apresentada pela pesquisadora da Superintendência de Estratégia da Embrapa, Cristina Arzabe. No Observatório, o público encontra dados sobre número de mulheres no campo por estado, região, ocupação, agroindústrias, apresentados em tabelas e infográficos. Outras informações disponíveis são políticas públicas, editais, publicações e notícias.

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, ressaltou que 1 milhão de mulheres dirigem propriedades rurais. “Estão fazendo um trabalho extremamente importante no campo e que tem ajudado os pesquisadores da Embrapa”.

Ildete Souza vende produção pela internet

Uma dessas mulheres é Idelte Souza, quebradeira de coco do Maranhão e que há 12 anos integra a Cooperativa Central do Cerrado, que comercializa produtos da agricultura familiar do Cerrado, Caatinga e Amazônia. Os cooperados, que somam cerca de 17 mil famílias, produzem castanha de baru, óleo de babaçu, cagaita, polpa de pequi, farinha de jatobá, capim dourado, além de doces, geleias e demais produtos. As vendas são feitas pela internet, para redes de supermercados e empórios em todo o Brasil. Ela conta que a cooperativa compra a produção excedente das famílias, comercializa, gerando uma renda extra para os agricultores familiares.

(*) Com informações do MAPA

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.