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IBGE prevê safra de 288,1 toneladas, aumento de 9,6% em relação ao ano anterior

Especialista diz que a explicação é a grande demanda mundial por alimentos, em especial pela produção brasileira por sua reconhecida qualidade

A safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 288,1 milhões de toneladas, 25,3 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2022, um aumento de 9,6%. Os dados são do primeiro Prognóstico para a Produção Agrícola do ano que vem e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro aponta uma safra de 262,8 milhões de toneladas este ano, montante também recorde na série histórica até o momento e 3,8% maior que a de 2021, 9,6 milhões de toneladas a mais.

O resultado é 898,911 mil toneladas maior que o previsto no levantamento anterior, de setembro, uma alta de 0,3%.

Essa boa notícia pode ajudar a reduzir a pressão sobre os preços de alimentos e melhorar o desempenho da economia nacional, que enfrenta problemas inflacionários e aumento de preços finais ao consumidor. A análise é de Daniely Martins, consultora sênior da EY e membro do Centro de Excelência em Agronegócio.

“Uma produção recorde beneficia o país pela maior disponibilidade de alimentos no mercado interno, reduz a pressão sobre os preços desses produtos e, como o agronegócio é parte importante do nosso PIB, a produção recorde no campo poderá impulsionar o crescimento da economia”, disse. “Em última instância, a safra poderá agir como um amortecedor em caso de desaceleração dos demais setores, como aconteceu nos últimos dois anos de pandemia”, completa a consultora.

O gerente de agronegócios do Sistema Faemg, Caio Coimbra, lembra que o Brasil é um grande produtor mundial de alimentos. E o primeiro motivo que podemos citar para explicar esse acréscimo de 9,6 milhões na produção agrícola na safra 2023 é a grande demanda mundial por alimentos, em especial pela produção brasileira, devido à sua reconhecida qualidade.

“Pra atender essa demanda, tanto externa, quanto interna, o Brasil vem aumentando a produção de grãos. O segundo motivo é o próprio arrefecimento da pandemia. Com a volta à normalidade das atividades, aumentou também a demanda pelo consumo de alimentos. Somos responsáveis por alimentar, hoje, mais de um bilhão de pessoas no mundo e aumentamos nossa produção pra atender esse mercado”.

Outro motivo é o estímulo do governo federal ao ofertar um volume recorde de crédito rural, por meio do Plano Safra, programa que prevê recursos para o plantio das lavouras e também compra de equipamentos agrícolas e infraestrutura. “Foram cerca de R$ 340 bilhões, um recorde. E por último destacamos a aptidão do país pela produção agrícola. Bem como o compromisso com o mundo de fornecer alimento. Até 2050, devemos alimentar cerca de 40% da população mundial. Com isso, o país tem a responsabilidade social de produzir mais para garantir a segurança alimentar do mundo”.

(*) Com Agência Estado

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



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