Kleiton é técnico agrícola e extensionista e gosta de conversar sobre normas técnicas, controle biológico e manejo integrado de pragas. Nádia é nutricionista e seu assunto preferido são os alimentos saborosos e nutritivos. Já a Olívia, uma estudante curiosa e esperta, ama frutas e hortaliças desde pequena e adora trocar ideias sobre esse tema. Esses são alguns dos personagens das cartilhas “Produção Integrada Agropecuária: Rastreabilidade e Alimento Seguro” , lançadas em São Paulo, ontem (31) em evento técnico, em São Paulo.
O material traz informações sobre esse processo de produção no campo. São seis livretos que exemplificam o sistema de produção que mapeia, organiza e assegura a qualidade e a sustentabilidade da produção agropecuária em todas as etapas das cadeias produtivas, desde a organização da propriedade rural até a chegada do alimento na mesa do consumidor.
O secretário adjunto de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação, Cleber Soares, disse que um dos principais desafios do campo é a falta de conhecimento do mercado sobre o que consiste a produção integrada e as vantagens desse processo de produção.
“Essa é uma oportunidade para discutirmos esse e outros desafios para alimentos seguros e rastreáveis, mas também as potencialidades econômicas, sociais e ambientais em um cenário de rápida transformação na maneira de produzir, distribuir, consumir e comunicar”, disse. A adoção à Produção Integrada (PI) não é obrigatória.
Produtores e representantes do setor debateram os “Impactos da produção integrada: agregação de valor e ampliação de mercados” e as “Experiências e perspectivas de adesão do produtor rural ao Sistema de Produção Integrada”.
“A produção Integrada é um caminho que veio da demanda do setor e que está baseada em quatro palavras mágicas: sustentabilidade, rastreabilidade, certificação e boas práticas. E isso tem produzido muitos frutos em diferentes áreas”, disse a chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, Ana Paula Packer.
Participaram do evento a secretária-executiva adjunta do Mapa, Mara Papini; o subsecretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Orlando Melo; o presidente da Associação Brasileira de Automação (GS1), João Carlos de Oliveira; e o representante do Inmetro, Cel. Paulo Henrique.
Acesse pelo site do MAPA
As cartilhas tratam da adoção de tecnologias modernas de produção, em conformidade com os requisitos da sustentabilidade ambiental, da segurança alimentar, aplicando tecnologias como o georreferenciamento e rastreabilidade. Podem ser acessadas no site do Mapa.
Kleiton, Nádia, Jorge, Lourenço e outros personagens
O material aborda quais os passos para uma produção integrada de culturas como uva, morango, tomate, feijão comum, maçã e hortaliças folhosas, inflorescências e condimentares. Para contar como funciona a PI, 15 personagens foram criados para trazer as explicações de forma acessível.
Auditor e agrônomo do Mapa, Pedro é especialista em vários produtos do Selo Brasil Certificado. Ele explica o passo a passo a ser seguido para o produtor receber o certificado comprovando que cumpre todas as normas técnicas de PI. O produtor interessado deve seguir um conjunto de normas técnicas específicas (NTE). A aplicação das normas é auditada nas propriedades rurais por certificadoras acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Já Amélia, uma comerciante que integra o grupo de personagens das cartilhas, fala da rastreabilidade, mecanismo que permite o controle da qualidade dos produtos em todo o processo produtivo - do campo à mesa. Segundo ela, está é uma preocupação dos consumidores: saber a origem e a qualidade dos alimentos que consomem e que estão levando para casa um alimento seguro. Jorge, Lourenço, Beto, Charles, Ítalo, Bira e a Sra. Harumi são produtores, e juntos apresentam suas plantações.
As cartilhas estão divididas em dez pontos: Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil); Norma Técnica para Produção Integrada; Organização e gestão de prioridade; Documentação; Manejo Integrado de Produção; Armazenamento e preparo de agrotóxicos, EPIs, descarte de resíduos e embalagens; Colheita, classificação, embalagem, etiquetamento e armazenamento da produção; Amostragem e análise de resíduos de agrotóxicos, micro-organismos e outros; e Norma Técnica Específica, Cadernos de Campo e Pós-colheita.
Em 2018, o Ministério da Agricultura e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiram os procedimentos para a aplicação da rastreabilidade para produtos vegetais frescos destinados à alimentação humana, para fins de monitoramento e controle de resíduos de defensivos agrícolas, em todo o território nacional. De acordo com a norma, produtores de vegetais frescos devem adotar a rastreabilidade diariamente, como parte integrante e obrigatória no processo de produção.
(*) Com informações do MAPA