Você já imaginou chegar em uma casa, em uma fazenda, onde vai se deparar com caixas de marimbondos nas varandas e no telhado? Parece ser apavorante, mas, como diz o Sr. Zé Mário, se ninguém incomodar essas vespas venenosas a convivência entre os bichinhos e o homem será tranquila.
Na casa do Sr. Zé Mário, bem próximo à porta da cozinha há um aviso sobre os perigosos marimbondos Tatu – nome dado por causa do formato de sua caixa, que parece o casco do tatu. E esse bichinho é bravo!
Preto com manchas azuis e metálicas, o marimbondo Tatu provoca dores e até hemorragia quando picam, principalmente se a pessoa for alérgica a insetos. Emergencialmente usa-se barro ou gelo quando picado.
Sentindo-se perturbados os marimbondos emitem um sinal de alerta, aviso de ataque! Raspam suas mandíbulas na caixa do ninho provocando um ruído informando sobre o perigo iminente.
Mas, este é um dos detalhes interessantes na fazenda do Sr. Zé Mário que já foi Medalha de Ouro com seu queijo artesanal na França. Feito, aliás, pela esposa Valdete a única pessoa autorizada a entrar na fábrica de queijos. Cuidados lógicos para evitar contaminação. O Sr. Zé Mário só entra com a licença da esposa e se estiver bem limpinho.
A vacada leiteira da fazenda é criada de forma isolada e não mantém contato com animais de outras propriedades, por isso há muitos anos não se fala em qualquer tipo de doença no rebanho, só a velhice mesmo! Em caso de troca de alguns animais é feita uma série de exames para saber se é um gado 100% sadio.
Com o gado criado a pasto e suplementado com milho na alimentação, o leite chega puro para fazer o queijo. Em época boa de leite a fazenda produz até 10 peças de queijo por dia e cada uma delas, hoje, é vendida a R$ 100.
Devido à qualidade, as encomendas são muitas e às vezes você chega a fazenda e não tem queijo para comprar.
O Sr. Zé Mário só usa um herbicida sintético no plantio do milho, Atrazina, no combate à “corda de viola” uma erva daninha que ataca principalmente o milho e cana-de-açúcar impedindo até a entrada de máquinas para colheita. Como é usado em pequena escala, ele acredita que nada chega ao produto final que é o queijo.
O casal passa dias na tranquilidade sem pensar em ir à cidade. Dona Valdete foi convidada para o concurso de queijo na França e preferiu ficar em casa deixando o marido atravessar sozinho o Atlântico para retornar com uma medalha no peito.
Na chegada a São Roque de Minas o Sr. Zé Mário foi recebido em casa com um almoço bem típico: arroz, galinha caipira, quiabo, angu e macarronada de peneira. Deu água na boca, né?