De repente o boi passa a ser um dos principais fornecedores de gás metano do planeta e tem provocado as mais diversas reações, muitas vezes por total desconhecimento técnico e da verdade.
Primeiro falaram que o “pum” do boi era o grande responsável pela emissão de gás metano. Não é verdade! O arroto dele é que lança o gás na atmosfera mas não trata-se do volume que se propaga.
Os movimentos de determinados segmentos da sociedade são cíclicos. A carne de porco já foi vilã em sua época, o ovo chegou a ser banido do prato de muita gente e depois voltou com força total, a carne de frango pouco tempo atrás estava carregada de hormônio e não se fala mais nisso, até o leite chegou a ser visto de forma negativa mas essa é uma proteína sem igual no mundo. Ai das crianças sem ele!
Há estudos científicos responsáveis que merecem ser avaliados e respeitados e a questão do gás metano merece atenção sim! Só que não é da maneira que muitos propagam como autoridades ou professores do nada. O que mais emite gás metano? O arroto do boi ou as descargas de veículos automotores? Todos sabem que o asfalto não sequestra ou segura o gás, mas a vegetação retém o carbono e o boi não anda no asfalto.
O que mais se vê nos dias de hoje são os pecuaristas preocupados com a emissão de gases, produzir em parceria com o meio ambiente, até porque esse comportamento retorna em dinheiro, produtos mais valorizados, financiamentos com juros mais baixos e a consciência que a grande maioria já absorveu.
No Brasil estamos batendo recordes em tudo que faz parte do agronegócio. Excluindo a produção de carne e grãos, nunca implantamos tantas usinas fotovoltaicas no país. Energia limpa! Também os biodigestores que transformam dejetos de humanos, animais e vegetais em energia elétrica ou mesmo gás.
As reações nos mais diversos países por causa de tentativas em mudar bruscamente o sistema de produção têm sido constantes. Dias atrás houve um protesto nunca visto pelos agropecuaristas holandeses que pararam as principais autopistas do país, fecharam a chegada do aeroporto de Amsterdam e deixaram desabastecidos por dois dias os supermercados da Holanda. E o resultado foram as gôndolas vazias. Se organizaram de forma tal que ninguém forneceu carne, leite e hortifrutigranjeiros as grandes redes de supermercados.
Esse movimento cresceu em velocidade até a Polônia, Itália e teve rápido início na França e Alemanha. Tudo porque o primeiro ministro da Holanda resolveu implantar regras ambientais absurdas para o setor agropecuário. Chegou a dizer que quem não seguisse estaria fora do mercado. O corte de boa parte dos fertilizantes e pesticidas fazia parte do protocolo. O governo holandês falou ainda sobre a redução de 30% de seu rebanho bovino.
Só que o governo não esperava uma reação de tamanho impacto e uma semana depois o primeiro ministro voltou atrás e afirmou que a melhor maneira de se resolver o assunto seria com diálogo, mas os agropecuaristas não admitem essa mudança radical.
A Holanda supera o Brasil em valores de exportação. Só perde para os Estados Unidos. Além da genética do gado os holandeses exportam em grande quantidade: batata, cebola, flores, frutas, queijos, lácteos, hortaliças de altíssima qualidade, quase 30% do tomate mundial, máquinas de processamento e agrícolas, agricultura de alta precisão.
Voltando ao título da coluna...
Do boi se aproveita tudo, até o berro. É verdade, pois o som emitido pelo bovino é utilizado em gravações musicais, filmes e novelas e animam festas agropecuárias. E as outras utilidades ou os outros subprodutos:
Pele: fabricação de bolsas, calçados, bancos de carro e avião, luvas de goleiro, calçados esportivos e também roupas de luxo. Da pele extrai-se o colágeno usado em domésticos (cremes e esmaltes), chicletes, filmes radiológicos.
Pelos: da cauda são fabricados pincéis e escovas de cabelo. Dos pelos de dentro da orelha são feitos pincéis finíssimos de pintura.
Glândulas tireoide, suprarrenais e pâncreas: usadas em medicamentos e perfumaria. Do pâncreas vem a insulina para diabéticos.
Intestino: dele são feitos os fios cirúrgicos. A gordura serve para sorvetes e confeitaria.
Sebo: fabricação de velas, sabão e sabonetes perfumados.
O pó do extintor de incêndio sai do chifre e serve também para fabricar pentes e botões.
O osso serve para ração. Se calcinado é utilizado na fabricação de porcelanas e enxertos ósseos dentários.
O sangue serve para ração. O plasma é usado na fabricação de embutidos e vacinas.
Então... Ficou faltando dizer o que o boi nos oferece muita carne, a proteína mais cobiçada do mundo.