A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira detalhes da investigação sobre um pai suspeito de ter estuprado e engravidado a própria filha, de 14 anos, no bairro Boa Esperança, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O homem foi preso na última quinta-feira (31).
A vítima não conhecia o progenitor, de 40 anos, já que os pais se separaram quando ela era recém-nascida. No começo deste ano a adolescente conheceu um irmão do lado paterno, de 16 anos, e passou a frequentar a casa do suspeito. Ela ia à residência a cada 15 dias.
De acordo com as investigações, o primeiro abuso ocorreu em março, enquanto a adolescente dormia. Ela disse que foi amarrada na cama e, após o ato, ameaçada com uma arma. O homem dizia para a filha não se afastar da casa dele e para não levantar suspeita, porque se a jovem não obedecesse ele a mataria e mataria a mãe dela. Os outros estupros foram cometidos em abril e em maio. Há a suspeita de que a menor era dopada.
Mesmo sob as ameaças, a vítima não aguentou os abusos e contou para a mãe, que procurou a polícia. Durante a investigação foi descoberto que a adolescente está grávida do pai, com cerca de três meses. A família pretende abortar a criança em função da situação traumática em que foi gerada.
Segundo a delegada Bianca Prado, a adolescente procurou aproximar-se do pai pela carência da figura paterna. “Essa menina demonstra uma carência a partir do momento que ela escolhe dormir no quarto do pai. É aquela menina que chega aos 14 anos sem nunca ter tido o amor paterno. A impressão que nos dá é que ela grita por isso e ela acaba encontrando o pior pesadelo dela”.
O homem, que não teve a identidade revelada, está preso na cadeia pública do bairro Palmital. De acordo com a delegada, ele se mostrou muito frio e calculista. “Ele é um homem que quando a gente conversa com ele, quando a gente fala dos fatos, ele não muda a expressão facilmente, é a mesma do início ao fim. Quando eu viro para ele e falo ‘você está preso’ ele olha para a minha cara e fala ‘tá bom’. [Ele] não se revolta em nenhum momento e nem nega”.
