Começa nesta manhã de quinta-feira (14/08), na Câmara Municipal de Ipatinga, na Praça dos Três Poderes, a sessão de julgamento pelo Tribunal do Júri, do réu Alef Teixeira de Souza, acusado de envolvimento no homicídio de Rafaella Cristina Miranda Sales. Familiares da vítima acompanham o julgamento empunhando cartazes pedindo justiça nesse caso.
O crime ocorreu no dia 28 de abril de 2023, no bairro Vila Celeste, em Ipatinga/MG, e o acusado, após o fato fugiu do país, sendo localizado e preso na Colômbia em 15 de agosto de 2023, encontrando-se custodiado desde então, em razão de prisão preventiva, sendo extraditado para o Brasil em 06 de fevereiro de 2025, data em que foi admitido no sistema prisional brasileiro.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o acusado, que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima, teria, de forma livre e consciente, praticado homicídio qualificado com emprego de asfixia e tortura, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e por razões da condição de sexo feminino, no contexto de violência doméstica e familiar.
Ainda segundo a acusação, Alef submetia Rafaella a frequentes agressões físicas e ministrava nela, de forma reiterada, doses de cocaína injetável, aumentando progressivamente a quantidade da droga até causar uma overdose fatal. Os laudos e depoimentos colhidos indicam que a vítima apresentava múltiplas lesões e hematomas, além de marcas de injeção nos braços.
O crime, segundo o Ministério Público, foi cometido com extrema violência e crueldade, causando intenso sofrimento físico e mental à vítima. Após a morte, Alef teria se apossado das redes sociais e do celular de Rafaella, utilizando-os para enviar mensagens falsas a familiares, numa tentativa de disfarçar o crime e controlar a narrativa dos fatos.
O processo tramita perante a Vara de Execuções Penais, de Precatórias Criminais e do Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga/MG. Caso condenado, o réu está sujeito a pena de 12 a 30 anos de reclusão, apenas pelo crime de homicídio qualificado, considerando-se ainda a aplicação da Lei Maria da Penha e a natureza hedionda do delito.
Ressalta-se, ainda, que em outro fato anterior, ocorrido no dia 17 de abril de 2021, na cidade de São Paulo/SP, Alef foi denunciado por tentativa de feminicídio qualificado. Conforme a acusação, ele teria agido por motivo torpe e de forma que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima. Segundo a denúncia, Alef e a vítima mantinham um relacionamento amoroso havia cerca de dois meses, e a motivação para a tentativa teria sido uma foto publicada por ela nas redes sociais. Na ocasião, Alef desferiu diversos golpes de faca contra a vítima, tendo o crime sido interrompido apenas porque ela conseguiu fugir da residência e pedir socorro. O réu será julgado, posteriormente, na Justiça paulista por este outro delito.
Com informações do Ministério Público