Uma reunião realizada entre a Usiminas e o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa) nesta quinta-feira (09/01) terminou novamente sem acordo, dentro da Campanha Salarial 2024 dos trabalhadores, assim como no encontro anterior, ocorrido na segunda-feira (6).
De acordo com informações da Usiminas, a proposta apresentada inclui um aumento de 20% no valor do Vale-Alimentação e um reajuste salarial de 5,17%, que contempla uma correção de perdas.
“A empresa segue com diálogo aberto e transparente para concluir o acordo, considerando que a sua proposta está equiparada aos valores negociados pelas demais companhias da indústria do aço brasileiro, mesmo diante dos desafios e do cenário enfrentado e da instabilidade na indústria”, afirmou a Usiminas em nota enviada para Itatiaia .
Metalúrgicos aprovam estado de greve
O impasse nas negociações levou os metalúrgicos a aprovarem, na assembleia realizada no dia 3 de janeiro, a implementação do estado de greve. O Sindipa argumenta que a proposta apresentada pela Usiminas oferece um reajuste salarial real de apenas 0,57%, o que, segundo a entidade, tem gerado insatisfação entre os trabalhadores.
“O Sindipa, nas reuniões e nos documentos enviados, já registrou que o estado de greve acordado é válido e a paralisação pode começar a qualquer momento, também não concordamos com o dissídio. A Campanha Salarial deve ser resolvida aqui”, declarou o sindicato.
“Vamos começar com a operação tartaruga. Nada de hora extras, nada de entrada antecipada e nada de ritmo alucinante, vamos derrubar a produção através da operação tartaruga”, pontua comunicado do Sindipa.
Histórico de propostas rejeitadas
No dia 10 de dezembro de 2024, os trabalhadores rejeitaram uma proposta que previa, entre outros pontos, um reajuste salarial de 0,57% de aumento real, além da reposição de 4,6% referente às perdas inflacionárias medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A oferta incluía ainda um aumento de R$ 50 no Vale-Alimentação, que passaria para R$ 600, e o parcelamento das férias, itens que também foram recusados.
Antes disso, em 19 de novembro, nossa proposta foi rejeitada pelo Sindipa durante as negociações. A oferta contemplava reajuste salarial com base no INPC a partir da base de dados (1º de novembro), piso salarial de R$ 2.031,96, divisão das férias em até três períodos (caso o trabalhador optasse), vale-alimentação de R$ 550 a partir de fevereiro e uma carga extra de R$ 500 no mesmo mês.
As negociações continuam, mas ainda não há previsão para um desfecho que satisfaça ambas as partes.