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Mulher de 36 anos mora e viaja em seu caminhão em tempo integral e gasta 1,3 mil dólares por mês: ‘Sinto-me confortável em espaços muito pequenos’



Adaptada a pequenos espaços, Kaye se sente à vontade no camper.

Kaye comprau a caminhonete Toyota Tacoma por US$ 42.934, contando com economias que já tinha e com o valor de sua casa, que foi vendida

A vida de Ashley Kaye tomou um rumo inesperado após uma viagem de mergulho a Honduras em 2019. Inspirada por um viajante em tempo integral, ela decidiu abandonar sua carreira e sua vida em Wisconsin para se aventurar pelo mundo. “Ele me disse que gostaria de ter feito isso antes porque é muito mais fácil e barato do que se pensa. Isso mudou tudo para mim”, disse Kaye à CNBC Make It.

Em 2020, Kaye deixou seu emprego com cerca de US$ 37.000 (R$ 205,9 mil) em economias. Os primeiros meses foram difíceis, lidando com a ausência de uma rotina de trabalho. No entanto, ela rapidamente encontrou seu ritmo e confiança nas viagens.

A aventura no overlanding

Depois de passar três anos viajando, inclusive pela África do Sul, Kaye foi contatada por um casal no Instagram que compartilhava suas experiências de overlanding – uma forma de viagem autossuficiente para destinos remotos, geralmente em um veículo adaptado. Fascinada pela ideia, Kaye se jogou de cabeça.

Ela comprou uma caminhonete Toyota Tacoma por US$ 42.934 e a levou para Wisconsin, onde havia acabado de vender sua casa de infância por US$ 320.000. Em março de 2023, Kaye foi para Baja California, México, para reformar o veículo. Ela estima ter gasto mais de US$ 50.000 nas adaptações, que incluíram um trailer-camper, energia solar, substituição da caçamba, melhorias na suspensão, pneus novos, para-choque personalizado e um cooler elétrico.

Com a caminhonete pronta, Kaye embarcou na Rodovia Pan-Americana, começando em Denver. Essa rodovia se estende de Prudhoe Bay, Alasca, até Ushuaia, Argentina. Ela descreve a experiência como “uma forma incrível de viajar”, permitindo liberdade para estabelecer seu próprio ritmo e permanecer em lugares bonitos pelo tempo que desejar. Apesar dos desafios logísticos e burocráticos nas fronteiras, ela considera a jornada uma das “aventuras mais legais de sua vida”.

A vida na estrada e os custos

A rotina de Kaye na estrada se divide entre dias de viagem e dias de lazer. Nos dias de viagem, ela acorda cedo para organizar tudo no camper antes de dirigir de cinco a sete horas. Em média, ela gasta US$ 556 por mês com gasolina e US$ 453 por mês com comida.

Adaptada a pequenos espaços, Kaye se sente à vontade no camper. Ela costuma ficar de dois a três dias em cada destino. Como a caminhonete não tem banheiro, ela usa um vaso sanitário portátil e uma bolsa de chuveiro portátil.

Outras despesas incluem US$ 96 por mês para seu plano de celular e US$ 200 por mês para a internet Starlink. Ela também investiu mais de US$ 6.000 em experiências únicas, como uma semana de mergulho nas Ilhas Galápagos.

O maior desafio para Kaye ainda é montar e desmontar o camper. “Mesmo sendo muito simples, é uma daquelas coisas que você precisa fazer toda vez”, ela comenta.

Próximos passos e o futuro

Embora ainda não tenha completado a Rodovia Pan-Americana, Kaye considera vender a caminhonete no início do próximo ano. Ela não está cansada de viver no camper ou do estilo de vida, mas sim de dirigir.

Kaye não sabe onde vai se estabelecer se vender a caminhonete, mas um retorno em tempo integral aos EUA é improvável. Se comprar outra casa nos Estados Unidos, será como investimento para alugar. Atualmente, ela pensa em morar no sul da França, Espanha ou Itália.

“Cada um deles tem seus desafios. Para mim, é sobre encontrar um lugar onde eu queira estar, e então consigo lidar com quaisquer desafios e obstáculos que venham com isso”, conclui Kaye.

A história de Ashley Kaye nos mostra como a coragem e a adaptabilidade podem abrir caminho para uma vida de aventuras e descobertas. O que você achou da jornada de Ashley? Você se imaginaria vivendo uma vida semelhante na estrada?

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Graduado em Jornalismo e Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Atuou como repórter das editorias de Política, Economia e Esportes antes de assumir o cargo de chefe de reportagem do portal da Itatiaia.