Um novo
O trabalho, publicado no Journal of Experimental Biology e liderado por Nicholas Antonson, da Brown University, analisou pica-paus-da-pubescência (Dryobates pubescens) encontrados em Rhode Island, nos Estados Unidos. Usando técnicas avançadas, como medições de pressão de ar e eletromiografia, os cientistas observaram como diferentes grupos musculares se ativam durante o processo de perfuração e tamborilar das aves.
Os resultados mostraram que músculos da cabeça, pescoço, quadril, abdômen e cauda trabalham juntos para manter o corpo rígido e estável no momento do impacto. O movimento é impulsionado pelos músculos flexores do quadril e pela parte anterior do pescoço, enquanto outros músculos estabilizam a cabeça e ajudam a ancorar o corpo na árvore, garantindo que o golpe seja potente e controlado.
Um dos achados mais curiosos foi a sincronização da respiração com o impacto. Os pica-paus exalam no exato momento em que o bico toca a madeira, um padrão semelhante ao grito de atletas ao levantar peso ou rebater uma bola. Essa técnica aumenta a estabilidade do tronco e potencializa a força de cada golpe, sem comprometer a respiração, mesmo em sequências rápidas de até 13 batidas por segundo.
Segundo os autores, essa combinação de controle muscular e respiratório representa uma das adaptações mais extremas do reino animal. Além de proteger o corpo contra lesões, o mecanismo permite ajustar a intensidade dos golpes conforme a necessidade, seja para escavar a madeira em busca de alimento ou se comunicar com outros pica-paus.