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Mulher do sul da Flórida que enfrenta multa de imigração de US$ 1,8 milhão se pronuncia: ‘Por favor, tenham misericórdia’

A imigrante, de 41 anos, é mãe de três cidadãos americanos, teme por sua segurança e pediu para ser identificada apenas como Maria

Desde o retorno de Trump à Casa Branca, os EUA têm implementado uma polícia anti migratória

A mulher que foi multada em 1,8 milhão de dólares após não cumprir uma ordem de deportação dos Estados Unidos em 2005 pediu para que tenham misericórdia e afirmou que não consegue dormir desde que recebeu a punição.

A imigrante, de 41 anos, é mãe de três cidadãos americanos, teme por sua segurança e pediu para ser identificada apenas como Maria.

Natural de Honduras, Maria afirmou que convive com a ansiedade e tem dificuldade para dormir depois que recebeu a notificação do Immigration and Customs Enforcement (ICE).

“Desde aquele dia, vivo com ansiedade... Não consigo dormir... Não sinto nada”, contou, em entrevista à CBS News Miami.

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Ordem de duas décadas e multa gigante

Maria entrou nos Estados Unidos pela Califórnia, em 2005. Dois meses depois, após não comparecer a uma audiência de imigração agendada, ela foi ordenada a deixar o país.

A multa de 1,8 milhão de dólares é a soma de uma multa de 500 dólares por cada dia que ela esteve nos EUA ilegalmente.

“Eu disse ao agente de imigração que não tinha família neste país nem um lugar específico para ficar”, disse Maria. “Nunca recebi nenhum documento e eles não sabiam para onde eu iria.”

A multa foi emitida sob a Lei de Imigração e Nacionalidade de 1952, que permite ao governo impor penalidades diárias a indivíduos indocumentados que ignorarem ordens de remoção.

Multa é ‘absolutamente insana’, diz advogada

A advogada de Maria, Michelle Sanchez, afirmou que a multa é excessiva e injusta, visto que a sua cliente não foi devidamente informada das consequências.

“Para mim, isso é uma loucura!”, disse Sanchez. Ela entrou com uma moção em 2024 para reabrir o caso de Maria, argumentando que sua cliente se qualifica para residência nos EUA devido à sua residência de longa duração e à ausência de antecedentes criminais.

Os três filhos de Maria são todos cidadãos americanos e, conforme argumentou a advogada, eles sofreriam ‘dificuldades extremas e excepcionalmente incomuns’ no caso da deportação da mãe.

Embora os advogados do ICE tenham tido autonomia sob o governo Biden para reabrir certos casos de deportação, Sanchez disse que o caso de sua cliente foi negado em março porque o governo Trump não ofereceu orientação sobre tais decisões. Dois meses depois, Maria recebeu a multa.

Sanchez disse que planeja apelar, argumentando que Maria nunca foi informada das consequências legais de não sair dos EUA.

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.