Felipe Zapata Velásquez, jovem colombiano de 28 anos e estudante do terceiro ano do curso de Economia de Alimentos e Recursos na Universidade da Flórida, foi detido em 28 de março de 2025 em Gainesville por dirigir com a carteira de motorista e o registro do veículo vencidos. O que começou como uma infração administrativa terminou com sua transferência para o
Velásquez foi levado da Cadeia do Condado de Alachua para o Centro de Detenção Krome, em Miami. No dia 6 de abril, o ICE confirmou sua saída do país, classificada oficialmente como “voluntária”. No entanto, a família afirma que a decisão foi tomada sob pressão, após semanas de detenção sem acesso adequado a representação legal.
Políticas migratórias mais rígidas influenciaram sua saída
O caso de Velásquez ocorre em um contexto de endurecimento das
Parte dessas iniciativas inclui o uso do aplicativo CBP Home, que permite a pessoas em situação migratória irregular gerenciar sua própria saída voluntária. A política tem gerado preocupação entre estudantes internacionais e outras comunidades migrantes sujeitas a verificações mais rigorosas.
Disputa sobre seu status legal como estudante
O principal motivo para sua detenção prolongada, segundo o ICE, foi a suposta perda de status como estudante internacional. Um porta-voz do órgão informou ao Miami New Times que o registro de Felipe no Sistema de Informação de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (Sevis) foi cancelado em outubro de 2024, o que teoricamente o deixou sem a proteção do visto F-1.
No entanto, essa versão foi contestada pela Universidade da Flórida. O porta-voz da instituição, Steve Orlando, afirmou ao mesmo jornal que Velásquez esteve regularmente matriculado durante o semestre de outono de 2024 e manteve seu status de estudante ativo até 29 de abril de 2025.
Família vê deportação como forçada
Após o retorno de Felipe à Colômbia, seus familiares iniciaram uma campanha na plataforma
Na descrição da campanha, María Salinas e Valentina Zapata descrevem Felipe como um jovem comprometido com sua comunidade e com a educação. “Ele veio aos EUA para perseguir um sonho de aprendizado, crescimento e contribuição. Esse sonho agora está por um fio”, afirmaram.
Os recursos arrecadados são destinados a cobrir honorários de advogados especializados em imigração, custear o processo de solicitação de um novo visto e oferecer apoio psicológico após o que a família classifica como uma saída “forçada”, já que ele, segundo afirmam, não teve acesso a garantias mínimas durante o período de detenção.
“Essa situação não o define. Sua resiliência, sim”, concluem na publicação da campanha.
Retorno ainda é incerto
Apesar de a saída voluntária permitir, em teoria, a solicitação de um novo visto sem penalidades automáticas, o retorno aos Estados Unidos não é garantido. O processo depende da análise do histórico migratório, das razões que levaram à perda do status e do apoio institucional de universidades ou patrocinadores.
Além disso, as decisões sobre esses casos podem levar meses e nem sempre são favoráveis, mesmo com argumentação jurídica sólida.
Enquanto aguarda uma definição, Felipe permanece na Colômbia, afastado da vida acadêmica.