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Substância presente na cebola e outros alimentos pode ajudar na saúde vascular; entenda

Um estudo realizado na Polônia e publicado no periódico científico Nutrients mostra a relação entre a substância e a proteção cardiovascular

Cebolas

Uma substância presente na cebola pode ser uma grande aliada na saúde do sistema cardiovascular: a quercetina. Além de estar no vegetal que aparece frequentemente na mesa dos brasileiros, ela está presente no pimentão, no aspargo, no brócolis e em frutas como maçã, uva e manga.

Um estudo realizado na Polônia e publicado no periódico científico Nutrients mostra a relação entre a substância e a proteção cardiovascular.

Estudos mostram que a quercetina pode preservar o endotélio, um tapete celular que recobre a parte interna dos vasos, e que contribua para aumentar a produção de óxido nítrico, um agente vasodilatador. Esses efeitos interferem na elasticidade vascular e favorecem o controle da pressão arterial.

A substância também impacta nos níveis de colesterol, reduzindo o risco de aterosclerose - o entupimento dos vasos sanguíneos.

Isso porque a substância tem propriedade antioxidante e anti-inflamatória. A quercetina ajuda a neutralizar os radicais livres, que causam danos celulares. A ação atenua o estresse oxidativo, preservando, assim, as células das artérias.

Entretanto, mesmo diante de tantos indícios sobre efeitos protetores, a revisão salienta que boa parte dos trabalhos foi realizada em células, no microscópio e em modelos animais. “Uma das limitações do trabalho é a escassez de grandes ensaios clínicos com humanos”, observa a nutricionista Júlia Forti Roque, do Einstein Hospital Israelita.

Outro fator negativo, comentado no texto, é a baixa biodisponibilidade, ou seja, a capacidade de a quercetina ser assimilada e aproveitada no corpo humano. “Mas a substância tem um potencial promissor, especialmente no contexto de doenças crônicas”, opina a nutricionista.

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Grupo protetor

A quercetina é integrante dos polifenóis, grupo que conta com mais de 8 mil integrantes catalogados até o momento. “Esses compostos são classificados como metabólitos secundários”, explica o biólogo Nicholas Vannuchi, que pesquisa algumas classes de polifenóis no laboratório da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus da Baixada Santista.

Significa que são substâncias sintetizadas pelos vegetais, para protegê-los em situações adversas na natureza. Defendem contra os raios ultravioletas e as intempéries, seja em tempos de seca ou de muita chuva. “Inclusive ajudam a combater fungos e patógenos capazes de trazer danos às plantas”, afirma Vannuchi.

Diferentemente de outros polifenóis, a quercetina não é um pigmento e é sensível ao calor. Por isso, a sugestão para usufruir dos benefícios é não levar os alimentos ao fogo ou prepará-los no vapor e rapidamente. “Uma estratégia que otimiza o aproveitamento é combinar com fontes de gordura saudável, como azeite de oliva ou abacate”, sugere a nutricionista do Einstein.

*Com Agência Einstein

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.