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Abdominal deixa a barriga definida? Conheça dez mitos sobre exercícios físicos

Em meio a diversos mitos e controvérsias, especialistas explicam o que realmente funciona no mundo fitness

A busca por resultados rápidos e visíveis nas atividades físicas facilitam a criação de diversos mitos sobre a prática de exercícios.

Especialistas mostram que o que de fato garante resultados eficazes na prática esportiva é a combinação de consistência, planejamento adequado e a implementação de estratégias que respeitem o funcionamento do corpo, além da boa alimentação e hidratação.

Confira 10 mitos que talvez esteja te atrapalhando:

1. “Quanto mais a pessoa suar, maior será sua queima de gordura”

A sudorese é um mecanismo do corpo para regular a temperatura, e nada tem a ver com a perda de peso. Ou seja, sair pingando do treino não é um sinal de que se vai emagrecer bastante. O suor pode estar relacionado à temperatura ambiente, à umidade relativa do ar e ao tipo de atividade, entre outros fatores.

O que é importante para a queima de gordura, na verdade, é o déficit calórico, ou seja, gastar mais calorias do que se consome. “Usar estratégias para suar mais apenas vai levar à desidratação e aumentar o risco associado ao exercício, podendo provocar exaustão e cãibras”, explica o profissional de educação física Everton Crivoi do Carmo, responsável pela preparação física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein.

2. “Agachamento faz mal aos joelhos”

Se feito da maneira correta, o movimento é extremamente benéfico e promove o efeito contrário, fortalecendo os músculos que dão apoio a essa articulação.

“Esse exercício é ótimo para o fortalecimento dos membros inferiores, pois simula um movimento do dia a dia”, destaca o ortopedista e médico do esporte Roberto Ranzini, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Isso não significa, porém, abrir mão de cuidados. “É preciso ter muita atenção ao bom posicionamento do tronco e evitar flexão muito acentuada dos joelhos”, orienta Ranzini. É importante sempre pedir orientação a um profissional de educação física sobre a forma correta de fazer o exercício.

3. “Treinar em jejum aumenta a queima de gordura”

“Embora se exercitar antes de se alimentar possa aumentar a oxidação da gordura, não existem evidências conclusivas de que isso resulte em mais perda de massa gorda ao longo do tempo”, afirma Crivoi.

Dependendo do treino, o jejum pode até fazer com que a pessoa se exercite com menos intensidade. “O que realmente importa no processo de emagrecimento é o balanço entre o total de calorias queimadas e as calorias consumidas ao longo do dia, e não no momento exato da malhação”, afirma o profissional de educação física.

4. “Quanto mais longo o treino, melhor”

Para otimizar os resultados, é mais interessante focar na intensidade e na qualidade da atividade do que no tempo gasto. A duração do exercício tem que ser adequada a cada pessoa, com seu objetivo individual.

A distribuição de cargas, alternando treinos longos de baixa intensidade com outros mais curtos de alta intensidade, é muito mais importante para um bom programa de treinamento. “Além disso, treinos longos sem o devido preparo podem provocar lesões”, observa o ortopedista.

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5. “Só há resultado se os músculos ficam doloridos no pós-treino”

O desconforto, não é resultado de um treino eficaz. Ela é apenas um sinal de que o corpo está se adaptando a um estímulo novo ou mais intenso.

Aqueles que treinam regularmente têm menor probabilidade de experimentar esse tipo de dor - que acontece, principalmente, quando a pessoa altera seu treino de alguma maneira. Os resultados concretos vem da consistência, aumento gradual da carga e adaptação ao longo do tempo.

6. “Musculação não ajuda no processo de emagrecimento”

Na realidade, os exercícios de resistência são muito importantes para a perda de peso, porque é a massa muscular que aumenta o metabolismo e promove uma queima maior de calorias.

“Com a musculação, o número na balança pode até aumentar, pois massa muscular pesa mais do que a gordura, mas acontece uma mudança nos percentuais de massa gorda e massa magra, o que é ótimo, pois o que emagrece é a perda de gordura”, explica Ranzini.

7. “Fazer abdominal deixa a barriga definida”

O treino abdominal fortalece a musculatura da região, mas não reduz a gordura localizada.

Para ter uma barriga mais definida, é necessário diminuir o percentual de gordura corporal com uma combinação de dieta balanceada e exercícios que promovam o gasto calórico, como a união dos aeróbicos e da musculação. Assim, é possível diminuir a camada de gordura sobre os músculos e deixá-los mais visíveis.

8. “Quem tem diástase não deve fazer abdominal”

Quem apresenta esse afastamento muscular na região abdominal, provocado especialmente pela gravidez, não tem contraindicação para fazer exercícios abdominais. Na maioria dos casos, inclusive, eles até ajudam a diminuir a abertura. Como em todos os casos, porém, é importante a orientação de um profissional.

9. “Se alongar antes do treino previne lesões”

Pesquisas indicam que o alongamento não é eficiente na prevenção de lesões, podendo até afetar negativamente o rendimento, principalmente se realizado antes de tarefas que requerem força e potência. “Estudos indicam que o alongamento dinâmico, como movimentos controlados e mais suaves, pode ser mais eficaz para preparar o corpo”, afirma Crivoi.

10. “Treinamento de força é só para quem quer ficar musculoso”

A musculação comprovadamente é benéfica para todos. Não só para ganhar músculos, mas também para melhorar a saúde óssea, prevenir lesões, aumentar a resistência funcional e ganhar qualidade de vida, independentemente dos objetivos estéticos.

*Com informações de Agência Einstein
** Sob supervisão de Lucas Borges

Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas
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