“Anos atrás, eu tive uma doença autoimune, que afeta o vitiligo. Me deu em uma parte do rosto e eu cuidei, cuidei do psicológico”, revelou o ator, que completa. “O pelo fica branco e a pele também. É bom passar a pomada para evitar que aumente, e também cuidar da cabecinha.”
O psicólogo Alexander Bez, especialista em relacionamentos, ansiedade e síndrome do pânico, explica que o sistema imunológico pode ser impactado pelo “estresse crônico e outros fatores emocionais”, o que pode agravar este tipo de doença.
Confira entrevista com o especialista, que explica como aliviar os sintomas do estresse no confinamento e o que o programa deve fazer em situações como essa.
Qual a relação entre saúde mental e doenças autoimunes?
“As doenças autoimunes são condições sérias, geralmente estudadas pela reumatologia, mas que também apresentam uma forte ligação com fatores neuropsicológicos e psiquiátricos. Há evidências de que a saúde mental debilitada pode agravar essas doenças, uma vez que o estresse crônico e outros fatores emocionais impactam diretamente o sistema imunológico. O organismo humano possui limites para lidar com o estresse, e quando esses limites são ultrapassados, podem ocorrer desregulações no sistema imunológico, favorecendo o surgimento ou a piora de doenças autoimunes. Embora o tratamento principal seja médico, com uso de medicamentos específicos como corticoides e imunossupressores, é fundamental considerar o impacto da saúde mental na evolução dessas patologias.”
O que uma pessoa em confinamento pode fazer para aliviar os sintomas?
“O confinamento pode intensificar quadros de ansiedade, estresse e depressão, o que, consequentemente, pode agravar doenças autoimunes. Para minimizar esses efeitos, é essencial criar uma rotina saudável, incluindo atividades físicas, momentos de lazer. Técnicas de relaxamento, como a meditação e a respiração controlada, podem ajudar a reduzir os níveis de estresse. Além disso, manter um acompanhamento psicológico pode ser fundamental para lidar com os impactos emocionais do isolamento.”
Quem possui doenças autoimunes deve evitar reality shows?
“A exposição a um ambiente de estresse intenso, como ocorre em um reality show, pode ser extremamente prejudicial para quem tem doenças autoimunes. Esse tipo de programa submete os participantes a um alto nível de pressão psicológica, o que pode desencadear ou agravar quadros de estresse, ansiedade e outras questões emocionais que impactam diretamente a saúde física. Para quem já tem uma predisposição ou uma condição autoimune estabelecida, a exposição a esse tipo de situação pode acelerar o desenvolvimento da doença ou intensificar os sintomas. É importante lembrar que, embora a psicoterapia possa auxiliar no manejo do estresse, o tratamento das doenças autoimunes é prioritariamente médico. Assim, indivíduos com esse tipo de condição devem avaliar com cautela os riscos de participar de um ambiente de exposição extrema como um reality show.”
O que o programa poderia fazer nestes casos? Seria importante intervir de alguma forma?
“As produções de reality shows podem adotar medidas para garantir o bem-estar dos participantes, especialmente aqueles com condições de saúde pré-existentes. Uma triagem médica e psicológica mais detalhada antes do confinamento ajudaria a avaliar se a pessoa está preparada para enfrentar os desafios emocionais do programa. Além disso, oferecer suporte psicológico durante e após a participação pode ser uma maneira eficaz de ajudar os participantes a lidarem com o impacto da experiência. Durante o programa, é essencial que a equipe esteja atenta a sinais de sofrimento emocional ou agravamento de condições de saúde e, se necessário, intervenha conforme a recomendação médica, garantindo que o participante receba o acompanhamento adequado.”
Algo que gostaria de acrescentar ou esclarecer?
"É importante destacar que não apenas doenças autoimunes, mas qualquer condição de saúde, seja ela física ou mental, deveria ser considerada antes da participação em um reality show. O impacto psicológico dessas experiências pode ser profundo e duradouro, e nem todas as pessoas têm a estrutura emocional e fisiológica para lidar com essa pressão. A exposição prolongada ao estresse pode levar ao agravamento de quadros clínicos e ao surgimento de novos problemas de saúde. Portanto, uma triagem médica e psicológica rigorosa deveria ser um critério fundamental para a seleção de participantes, garantindo que apenas indivíduos em condições adequadas participem desse tipo de programa.”