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Dengue: estudo da Unicef aponta que desigualdade social interfere nas ações de combate à doença

De acordo com o Ministério da Saúde, até outubro deste ano, o país registrou mais de seis milhões de casos prováveis da doença

Um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) feito em parceria com a biofarmacêutica Taqueda, chama a atenção de autoridades sanitárias e médicas de todo o mundo diante do crescimento de casos de dengue. De acordo com o Ministério da Saúde, até outubro deste ano, o país registrou mais de seis milhões de casos prováveis da doença, contra 1,6 milhão de notificações no ano passado.

O professor do curso de biomedicina do Centro Universitário UNA, Mário da Silva Giusta, explica que além das mudanças climáticas, a condição social das pessoas, como renda, educação, ocupação e raça, impacta na ação concreta de combate ao mosquito. “A gente tem que entender que a gente vive num país que a gente tem uma estratificação social que ela impossibilita que essas medidas educativas possam ser aplicadas de fato. Então a gente tem uma população que é uma população que está sujeita a um risco maior em função dessa estratificação. Então, algumas medidas que dependem de um manejo ou de uma mão de obra especializada para diminuir a proliferação do vetor com uma questão da água parada, isso complica, porque essas pessoas mal têm condição de ter uma alimentação durante o dia regular”, alerta.

O especialista ainda destaca que, a partir do momento que as campanhas de combate à dengue não levam em consideração a desigualdade social, as ações de prevenção são comprometidas. “A gente está falando que a gente tem extremos, igual a gente tem uma população privilegiada do ponto de vista econômico, a gente tem uma população deficitária do ponto de vista econômico. E essas campanhas, elas deixam de ser efetivas quando a gente não leva em conta esses determinantes condicionantes da saúde e não leva em conta essa estratificação social”, pontua.

Mário da Silva Giusta, professor do curso de biomedicina do Centro Universitário UNA, reforça que a vacina é atualmente a forma mais eficaz e rápida de controle da dengue. “A vacina vai ser a medida mais eficaz que a gente pode ter e se tem uma coisa que nós brasileiros temos que nos orgulhar é a do nosso programa e da nossa agenda vacinal”, destaca.

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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.
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