A apneia do sono é caracterizada pela interrupção do fluxo da respiração por dez segundos ou mais durante o sono.
De acordo com a especialista em sono pelo Hospital Albert Einstein de São Paulo e, vice coordenadora da Associação Brasileira do Sono, Luiza Helena Gonçalves, essas pausas podem ocorrer várias vezes durante a noite, provocando a fragmentação do sono e a queda da saturação, que é a quantidade de oxigênio circulante na corrente sanguínea.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia de Covid-19 agravou os distúrbios do sono, que hoje já atingem cerca de 45% da população mundial. Cerca de 33% da população adulta tem apneia do sono.
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Sintomas
O ronco é o som causado pela dificuldade de respirar. É um dos sintomas da apneia do sono. “Os sintomas são ronco, engasgos noturnos, acordar com a boca seca, cefaleia matinal, irritabilidade, dificuldade de concentração, déficit de memória, agitação, sonolência durante o dia e diminuição da libido. A apneia afeta tanto adultos quanto crianças. E ela piora com o decorrer da idade. Então, nós temos que tomar muito cuidado com os nossos idosos, porque a tendência são essas manifestações piorarem com a idade, aumentando o risco de déficit de atenção. E muitas delas ainda subdiagnosticadas ou não diagnosticadas. O exame para poder ver se tem apneia do sono é a polissonografia. A polissonografia tipo um, que é uma polissonografia completa feita em laboratório de sono”, detalha.
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Riscos à saúde
A especialista ainda alerta que as pessoas com apneia do sono não tratadas podem desenvolver outras doenças graves. “Elas podem ter arritmias cardíacas, podem ter hipertensão arterial, sofrer com um derrame cerebral, um infarto agudo do miocárdio, podem sofrer acidentes no trânsito. Hoje em dia, a apneia também tem sido muito associada à demência, Alzheimer. Então, tudo isso poderia ser evitado tratando a apneia, se dormindo bem, tendo uma noite completa de sono, uma noite restauradora de sono”, alerta.
Tratamento
O tratamento padrão para a apneia do sono é o CEPAP. “O CEPAP é um dispositivo, um aparelho, que ele gera uma pressão positiva contínua para poder manter a via aérea aberta. Então, ele pega, manda um fluxo de ar através de uma máscara, que ela é colocada ou no nariz ou na boca. Então, ela gera um fluxo de ar, uma pressão positiva que vai abrir a via aérea, que vai romper essa obstrução. E através desse fluxo de ar, a pessoa passa a respirar novamente, a respirar melhor. E não vai ter mais essas pausas respiratórias durante o sono e ela vai conseguir se manter dormindo, entrar em sono profundo, passar por todos os estágios do sono.
Porque o que acontece com quem tem apneia do sono, é que ela sofre com micro despertares. Então, toda vez que ela para de respirar, o cérebro manda um comando para ela poder voltar a respirar. Quando o cérebro manda esse comando, o que acaba acontecendo é que ela acorda. Então, são micro despertares o que a impede de passar por todas as fases do sono. E ter um sono reparador, um sono restaurador”, conclui Luiza Helena Gonçalves, especialista em sono pelo Hospital Albert Einstein de São Paulo e, vice coordenadora da Associação Brasileira do Sono.