Ouvindo...

Segurança alimentar em bares e restaurantes: atenção redobrada com os alérgenos mais comuns

Conhecimento e preparo ajudam o setor de alimentação a oferecer refeições seguras e acolhedoras

Segurança alimentar em bares e restaurantes: atenção redobrada com os alérgenos mais comuns

O desafio de comer fora com segurança

Para quem tem restrição alimentar, comer fora ainda pode ser uma experiência repleta de riscos. Uma única garfada pode provocar reações leves ou até graves, e é por isso que cresce a atenção dos bares e restaurantes em lidar corretamente com alérgenos alimentares, substâncias presentes em diversos ingredientes que podem causar reações no organismo. Com mais diagnósticos e conscientização sobre o tema, o cuidado passou a ser visto não apenas como uma obrigação, mas como um gesto de respeito e empatia com o cliente.

Segurança alimentar em bares e restaurantes: atenção redobrada com os alérgenos mais comuns

Um compromisso que vai além da legislação

Segundo a cartilha “Cuidados com Alimentos Alérgicos em Serviços de Alimentação Fora do Lar”, desenvolvida pela Abrasel em parceria com o Sebrae, o cuidado com alérgenos alimentares representa muito mais do que seguir normas legais. Ele simboliza acolhimento, confiança e profissionalismo. Para a consultora Luara Balbi, fundadora da Inclua CS, esse olhar deve fazer parte da cultura de cada estabelecimento. “Os clientes esperam transparência e preparo. Entender o que pode causar reação, separar utensílios e comunicar com clareza são atitudes que demonstram respeito e tornam a experiência segura e acolhedora”, afirma.

LEIA MAIS:

Arroz de panela receita simples e deliciosa
Arroz soltinho perfeito: segredos que toda cozinha brasileira precisa saber
Tipos de arroz e seus usos na cozinha brasileira

Os oito principais alérgenos que exigem atenção

Existem oito grupos de alérgenos alimentares reconhecidos mundialmente que concentram a maioria das reações:

  1. Glúten — presente no trigo, centeio, cevada e triticale.
  2. Leite de origem animal — responsável por reações em intolerantes à lactose e alérgicos à caseína.
  3. Ovo — possui proteínas alergênicas tanto na clara quanto na gema.
  4. Castanhas — como nozes, amêndoas, castanha-de-caju e castanha-do-pará.
  5. Amendoim — contém proteínas que podem gerar reações severas.
  6. Soja — encontrada em molhos, massas e diversos produtos industrializados.
  7. Peixes — liberam proteínas alergênicas durante o preparo.
  8. Crustáceos — como camarão, lagosta e caranguejo, relacionados à proteína tropomiosina.

Para quem sofre de alergias, até traços mínimos desses alimentos podem causar sintomas como inchaço, urticária, náusea e, em casos mais graves, choque anafilático. Por isso, o cuidado deve começar no preparo e se estender até o momento em que o prato é servido.

Contaminação cruzada: o risco invisível nas cozinhas

Um dos alertas mais importantes da cartilha da Abrasel e do Sebrae é o risco da contaminação cruzada. Ela ocorre quando partículas de um alimento entram em contato com outro e acabam transferindo alérgenos alimentares. Isso pode acontecer no uso do mesmo utensílio, em superfícies mal higienizadas, durante o armazenamento conjunto de ingredientes ou até no ar, quando partículas se espalham no ambiente de preparo.

“Mesmo em cozinhas pequenas, é possível evitar o contato cruzado. Ter utensílios, tábuas e panos separados para preparações sem alérgenos já é um grande avanço”, explica Luara Balbi. Essa atenção, mesmo que o cliente não veja, é fundamental para que ele confie e se sinta seguro ao comer fora.

Boas práticas que geram confiança

Adotar protocolos de manipulação é um passo essencial para garantir segurança alimentar. Treinar a equipe, identificar ingredientes e rotular corretamente produtos são medidas simples que podem evitar incidentes sérios. Além disso, manter a comunicação clara com o cliente sobre a presença de possíveis alérgenos é um gesto que transmite seriedade e cuidado. Pequenas ações como separar utensílios, trocar panos e higienizar bancadas com atenção podem fazer toda a diferença no resultado final.

Segurança também é acolhimento

O cuidado com alérgenos alimentares vai muito além da técnica. É também uma forma de acolher e valorizar cada cliente. Quando uma pessoa com restrição alimentar encontra um restaurante preparado, ela não apenas volta — ela divulga, recomenda e cria vínculo de confiança. Como explica Luara Balbi, “quando o cliente com alergia é bem atendido, ele se torna fiel. Comer fora sem medo é libertador, e isso só é possível quando o restaurante demonstra preparo e empatia”.

Um diferencial que gera fidelidade e reputação

Estabelecimentos que adotam práticas seguras acabam se destacando no mercado. Além de reduzirem riscos, conquistam um público cada vez mais atento à saúde e à transparência. Restaurantes, bares e lanchonetes que investem em capacitação ganham credibilidade e ampliam sua base de clientes. Já para o consumidor, é um alívio saber que pode aproveitar uma refeição com tranquilidade e prazer, sem receio de reações inesperadas.

Cuidado que transforma a experiência à mesa

Garantir segurança alimentar é mais do que seguir normas: é criar uma experiência humana e confiável entre quem prepara e quem consome. Quando o cliente sente que há cuidado em cada detalhe, o simples ato de comer fora se torna um momento de prazer, liberdade e confiança. No fim, lidar com alergias e intolerâncias é uma oportunidade para o setor de alimentação demonstrar sensibilidade, respeito e profissionalismo.

Leia também

Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia e na CNN Brasil.