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Blokecore a moda que veio do futebol

Camisa de time retrô, bermuda folgada, meia alta e chuteira no asfalto: o estilo blokecore nasceu no futebol, mas virou tendência global de identidade e atitude.

Blokecore a moda que veio do futebol

Muito além do uniforme: o que é o blokecore

Você já viu alguém desfilando pela rua com a camisa do Arsenal dos anos 90, bermuda jeans larga e um tênis de cravo no pé? Provavelmente, sim. Esse é o Blokecore: uma estética que mistura moda esportiva retrô com o visual das periferias urbanas britânicas dos anos 2000. Mas o movimento cresceu, ganhou força na geração Z, explodiu no TikTok e agora se espalha das ruas da Inglaterra até as passarelas de Milão.

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Futebol + rua + nostalgia = identidade visual

O nome vem da gíria inglesa “bloke” (algo como “cara comum”) e traduz o estilo de torcedores que ocupavam bares, arquibancadas e ruas com visual informal e cheio de atitude. O futebol é a alma dessa estética, mas o que está por trás do blokecore é o retorno ao básico, ao confortável e ao autêntico. Camisas largas de time, meias 3/4, chuteiras Adidas e bermudas oversized formam o uniforme não oficial de quem quer se vestir com irreverência e personalidade.

Blokecore a moda que veio do futebol

Por que essa estética pegou?

Porque ela é fácil de montar, barata e cheia de pertencimento. Ao contrário de tendências que exigem peças caras ou imposições corporais, o blokecore é democrático. Quem veste esse estilo quer dizer: “não preciso estar elegante, preciso estar eu”. É sobre conforto, mas também sobre representatividade — principalmente entre jovens que cresceram em ambientes onde a camisa de time sempre foi símbolo de orgulho e não apenas de esporte.

TikTok, vintage shops e torcedores fashionistas

A explosão da hashtag #blokecore no TikTok (com mais de 160 milhões de visualizações) mostra que o estilo virou um fenômeno cultural. Jovens mostram seus looks do dia com camisas garimpadas em brechós, looks montados com peças herdadas do pai, do tio ou achadas em lojas de bairro. A estética cresceu tanto que marcas de moda de luxo começaram a imitar o estilo com versões refinadas da mesma linguagem visual.

Uma estética de resistência

O blokecore também é político. Quando um garoto periférico anda com a camisa da seleção de 2006, ele está reivindicando espaço, memória e cultura. Quando uma garota da quebrada usa chuteira com saia jeans, ela está dizendo que não precisa de salto alto para se sentir incrível. É uma resposta visual ao elitismo da moda, uma forma de ocupar o centro com roupa de bairro, de bar, de arquibancada.

Looks que contam história

A estética blokecore permite que o corpo conte histórias. A camisa de time vira peça de memória. O boné de aba curva vira escudo. A meia alta e a bermuda larga traduzem liberdade. Cada look é quase uma crônica de quem viveu domingo de futebol, banca na esquina e pagode no campo. Não é só roupa, é narrativa.

Como usar o blokecore sem parecer fantasia

A chave está na naturalidade. Use uma camisa de time como peça principal e equilibre com jeans simples. Combine com tênis retrô ou chuteiras discretas. Aposte em pochetes ou shoulder bags, acessórios que já faziam parte da quebrada antes de virar moda global. E lembre-se: não é sobre copiar, é sobre representar. Não tem manual. Tem vivência.

Blokecore é tendência, mas também legado

Como toda estética que nasce da rua, o blokecore já começou a ser absorvido pelo mainstream. Mas quem entende sua origem sabe que não se trata só de visual. É linguagem. É resistência estética. E, principalmente, é identidade. A moda passa, mas a rua ensina. O blokecore pode até virar trend, mas antes de tudo, ele é território.

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Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Editor do Jornal Lagoa News. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia.