O Que É a Andropausa Masculina
O termo “andropausa masculina” se popularizou por analogia à menopausa feminina, mas segundo o médico Dr. Rodrigo Greco, o nome mais apropriado é Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM). Isso porque, enquanto a mulher passa por uma queda abrupta dos hormônios, o homem vivencia um declínio lento e progressivo da testosterona a partir dos 35 anos. Não existe uma pausa súbita, e sim uma diminuição gradual dos níveis hormonais. Essa redução, quando não identificada, pode impactar significativamente o desempenho físico, o bem-estar emocional e a vitalidade cotidiana.
Sinais Que os Homens Costumam Ignorar
Os sintomas iniciais da andropausa masculina são muitas vezes confundidos com estresse ou cansaço comum. Cansaço excessivo, redução da libido, irritabilidade, apatia e perda de massa muscular estão entre os principais indícios. Além disso, ocorre o aumento da gordura abdominal e a diminuição da energia para atividades simples do dia a dia. O Dr. Greco explica que muitos homens normalizam esses sinais, sem perceber que há tratamento e acompanhamento médico disponíveis. Envelhecer é natural, mas conviver com sintomas que afetam a qualidade de vida não deve ser considerado algo inevitável.
Quando o Declínio Hormonal Começa
O processo de queda da testosterona tende a começar entre os 35 e 40 anos, tornando-se mais evidente após os 45. Fatores como sedentarismo, má qualidade do sono, tabagismo e alcoolismo podem acelerar essa diminuição. O estresse crônico e doenças metabólicas, como diabetes e hipertensão, também interferem. Por outro lado, homens que mantêm hábitos saudáveis retardam significativamente o declínio hormonal. Exercícios regulares, alimentação equilibrada e descanso adequado preservam o equilíbrio do organismo e ajudam a prolongar o vigor físico e mental.
Diagnóstico e Exames Essenciais
O diagnóstico da andropausa masculina é clínico e laboratorial. Isso significa que não basta apenas fazer o exame de sangue — é preciso analisar o conjunto de sintomas. O principal teste é a dosagem da testosterona total, feita preferencialmente pela manhã. Em alguns casos, são solicitadas também as frações livre e biodisponível, que indicam a porção ativa do hormônio. Exames complementares, como LH, FSH, SHBG, prolactina e PSA, ajudam a identificar a origem da disfunção e garantir a segurança do tratamento. Dessa forma, o diagnóstico se torna mais completo e confiável.
Sintomas Que Podem Ter Outras Causas
O Dr. Rodrigo Greco ressalta que sintomas como fadiga, perda de libido e mau humor não são exclusivos da andropausa. Eles também podem estar ligados a depressão, distúrbios do sono, doenças da tireoide ou efeitos colaterais de medicamentos. Por isso, a confirmação do diagnóstico deve sempre associar exames laboratoriais a uma avaliação clínica detalhada. “Os sintomas levantam a suspeita, mas só a combinação entre clínica e laboratório confirma a deficiência androgênica”, afirma o especialista. Essa cautela é essencial para evitar tratamentos desnecessários ou inadequados.
Quando a Reposição Hormonal é Indicada
A reposição com testosterona é indicada somente quando há sintomas consistentes e exames comprovando níveis hormonais baixos em pelo menos duas coletas matinais. O Dr. Greco explica que a terapia não deve ser usada como modismo, mas como tratamento médico responsável. Os benefícios incluem melhora da disposição, da libido, da força muscular e do humor. Entretanto, é preciso cuidado com os possíveis efeitos adversos, como aumento do hematócrito, estímulo da próstata e risco cardiovascular. O acompanhamento médico contínuo garante segurança, equilíbrio e resultados duradouros.
Contraindicações e Cuidados Médicos
Antes de iniciar o tratamento, é essencial verificar contraindicações absolutas e relativas. Câncer de próstata ativo, câncer de mama masculino, policitemia e apneia do sono não tratada são barreiras definitivas. Já condições como histórico de infarto, doenças hepáticas graves e hiperplasia prostática exigem atenção especial. Homens que desejam manter a fertilidade também precisam de acompanhamento, já que a testosterona pode reduzir a produção de espermatozoides. O Dr. Greco reforça que a avaliação deve ser sempre individualizada, garantindo segurança e efetividade para cada paciente.
Tempo de Tratamento e Monitoramento
A andropausa masculina não tem cura definitiva, pois o declínio hormonal é parte natural do envelhecimento. Assim, o tratamento costuma ser contínuo. A suspensão da terapia tende a trazer de volta os sintomas, mas ajustes temporários podem ser feitos para manter o equilíbrio. O monitoramento é fundamental: o médico revisa periodicamente exames e sintomas, ajustando a dose conforme a resposta clínica. Esse controle garante que o paciente se beneficie da reposição com segurança, evitando excessos e complicações a longo prazo.
O Papel do Estilo de Vida
Os hábitos cotidianos influenciam diretamente o sucesso do tratamento. O Dr. Rodrigo Greco destaca que a prática regular de exercícios, especialmente musculação, estimula naturalmente a produção de testosterona. Uma alimentação rica em proteínas, vitaminas e minerais, além de sono reparador, ajuda o organismo a funcionar de forma mais eficiente. O controle do peso corporal também é essencial, já que a gordura abdominal converte testosterona em estrogênio, agravando os sintomas. Em resumo, a reposição hormonal deve vir acompanhada de um estilo de vida saudável e consciente.
Impactos na Saúde Geral
A deficiência androgênica vai muito além da perda de libido. Ela afeta a densidade óssea, o metabolismo cardiovascular e a função cognitiva. A testosterona é fundamental para a manutenção dos ossos e músculos, prevenindo osteoporose e fraqueza. Baixos níveis hormonais estão associados ao aumento da gordura abdominal e resistência à insulina, elevando o risco de doenças cardíacas. Além disso, há indícios de relação entre queda de testosterona e distúrbios de memória e concentração. Por isso, cuidar da saúde hormonal é cuidar de todo o corpo.
Novas Terapias e Avanços Científicos
Embora a testosterona ainda seja o tratamento padrão, novas terapias estão sendo desenvolvidas. Entre elas, os moduladores seletivos dos receptores androgênicos (SARMs), ainda em estudo, prometem efeitos anabólicos com menos impacto na próstata. Também há alternativas para estimular a produção natural do hormônio em homens mais jovens, como o uso de hCG e citrato de clomifeno. Além disso, géis transdérmicos e implantes subcutâneos de longa duração vêm ganhando espaço por oferecer mais praticidade e estabilidade hormonal. O futuro do tratamento da andropausa masculina é promissor e cada vez mais personalizado.
Acompanhamento Contínuo e Segurança
O sucesso da reposição hormonal depende do acompanhamento médico constante. Exames devem ser repetidos a cada três a seis meses para avaliar testosterona, PSA, hemograma, função hepática e perfil lipídico. Ao mesmo tempo, é essencial observar sintomas como energia, libido e humor, ajustando as doses sempre que necessário. O Dr. Greco ressalta que o objetivo é manter o equilíbrio, sem excessos, garantindo resultados seguros e sustentáveis. O tratamento correto devolve vitalidade, mas exige disciplina e responsabilidade compartilhada entre médico e paciente.
A Mensagem Final do Dr. Rodrigo Greco
Para o especialista, é hora de desmistificar o envelhecimento masculino. A andropausa não é uma sentença, mas um chamado ao autoconhecimento e à prevenção. “A andropausa não representa o fim da vitalidade. Com diagnóstico precoce e acompanhamento médico, o homem pode envelhecer com saúde, energia e qualidade de vida. O segredo é não ignorar os sinais e buscar ajuda especializada.” Envelhecer bem é uma escolha, e a informação é o primeiro passo para essa jornada.
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