O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu nesta quinta-feira (12) às críticas do Congresso sobre o novo pacote de medidas tributárias anunciado pelo governo federal em substituição ao aumento do Imposto Sobre Operação Financeiras (IOF). Em entrevista, ele afirmou que está disposto ao diálogo, mas não aceita ataques sem debate: “O que eu não gosto é: a pessoa xinga e sai correndo. Aqui, não dá. Esse negócio de xingar e sair correndo é coisa de moleque de rua. Eu estou discutindo com o Congresso Nacional, estou 100% disponível.”
Ontem, durante participação em audiência na Câmara, o ministro se envolveu em um bate-boca com os
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As declarações desta qunta-feira foram as primeiras após a publicação da Medida Provisória (MP) que tributou com alíquota de 5% os rendimentos de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), atualmente isentos de Imposto de Renda. A medida faz parte do pacote apresentado para substituir o aumento do IOF — revogado após forte reação do mercado e do Congresso.
Defesa do pacote
Nesta quinta, Haddad negou que a nova taxação vá encarecer os preços dos imóveis ou dos alimentos, alegando que os recursos dos títulos muitas vezes não chegam a quem realmente precisa. “Mais da metade desse subsídio está ficando no meio do caminho”, afirmou. Segundo ele, o impacto sobre os setores será nulo, e a medida busca justiça tributária.
“Você carregar R$ 1,7 trilhão de reais em títulos isentos, somando uma renúncia fiscal só desse caso, de R$ 41 bilhões de isenção fiscal, eu penso que não estamos com a taxa de juros no patamar que está", disse o ministro. “O país não está em condição de abrir mão de 100% do tributo que todo mundo paga quando compra um título do Tesouro, não cobrar nem 1% daquilo que quem compra um título do Tesouro paga.”
O novo pacote, oficializado por medida provisória e decreto presidencial, inclui também aumento na alíquota para apostas esportivas - que passará de 15% para 18% em outubro de 2025 - e mudanças na tributação de investimentos no exterior e seguros como o VGBL. A nova tributação sobre LCIs e LCAs entrará em vigor apenas em janeiro de 2026.
Apesar das resistências iniciais, Haddad demonstrou confiança na aprovação das medidas. “Com alguma explicação, se derem tempo de fazer chegar à opinião pública a verdade, eu acredito que não vai faltar apoio, nem da população nem do Congresso”, disse.