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Embaixada dos EUA no Brasil volta a criticar Moraes e ameaça seus ‘aliados’ de sanções

Em publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (7), o órgão afirmou que Moraes é o ‘principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores’

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e ameaçou seus “aliados” de também serem sancionados pelo país norte-americano.

Em publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (7), o órgão afirmou que Moraes é o “principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores” e ressaltou as punições definidas pelo governo de Donald Trump por meio da Lei Magnitsky.

“Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”, diz o texto publicado.

Na terça-feira (5), a Embaixada já havia replicado uma mensagem publicada pelo Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos em que o órgão critica a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro decretada por Moraes.

No X, antigo Twitter, o departamento afirmou que o magistrado, “agora um violador de direitos humanos sancionado pelos EUA”, continua a “ usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”.

“Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender em público não é um serviço do Estado. Deixem o Bolsonaro falar!”, escreveu o órgão. “Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impõe prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que auxiliarem e incentivarem a conduta sancionada”, acrescentou.

A medida foi adotada após Moraes concluir que Bolsonaro desrespeitou restrições impostas no dia 18 de julho, quando passou a usar tornozeleira eletrônica, ficou proibido de sair de casa à noite e nos fins de semana, e foi impedido de publicar ou repassar conteúdos pelas redes sociais, inclusive por meio de terceiros.

De acordo com a decisão, Bolsonaro se valeu de perfis de aliados, entre eles os três filhos parlamentares, para veicular mensagens consideradas como incentivo a ataques ao STF e defesa de intervenção estrangeira no Judiciário.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.