O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o tenente-coronel Mauro Cid preste um novo depoimento à Corte. A decisão visa esclarecer contradições apontadas pela Polícia Federal no acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo informações, a corporação indicou omissões nas declarações do militar, principalmente relacionadas a um suposto plano para atentar contra a vida do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes.
Acordo de delação em risco
O acordo de delação premiada de Mauro Cid pode estar comprometido devido às inconsistências identificadas. A Polícia Federal alega que o ex-ajudante de ordens não teria revelado todas as informações que possuía, especialmente sobre o planejamento de ações contra autoridades.
As investigações apontam para a existência de um plano elaborado em meados de dezembro de 2022, antes mesmo da diplomação do presidente eleito. O esquema, supostamente envolvendo membros do Exército Brasileiro, teria como objetivo impedir a posse de Lula.
Implicações legais e políticas
Especialistas em direito penal explicam que, embora atos preparatórios não sejam puníveis em relação ao crime-fim (no caso, o atentado), a associação para prática de crimes é, sim, passível de punição. Isso significa que, mesmo sem a execução do plano, os envolvidos podem responder criminalmente pela organização e planejamento.
O caso levanta questionamentos sobre o possível envolvimento de autoridades de alto escalão, incluindo o ex-presidente Bolsonaro. As investigações buscam determinar quem tinha conhecimento do plano e quem poderia ter responsabilidade por omissão.
À medida que novas informações surgem, o cenário político se torna mais tenso. A sociedade brasileira aguarda esclarecimentos sobre os fatos, enquanto as autoridades trabalham para desvendar a extensão e as ramificações desse suposto plano contra a democracia.