A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que se dedicou à investigação dos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília no último 8 de janeiro apresenta nesta terça-feira (17) o relatório final após cinco meses de depoimentos, quebras de sigilo e enfrentamentos entre oposição e base aliada do governo.
A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) fará a apresentação do documento de 1300 páginas na sessão marcada para esta manhã, mas a expectativa é que haja pedido de vista — quando os parlamentares solicitam maior prazo para análise do documento — e a votação ocorra entre quarta-feira (18) e quinta-feira (19).
Até o início da sessão, ainda não havia confirmação dos nomes que constam nos pedidos de indiciamento da relatora. Informações de bastidores dão conta de que militares são os principais alvos do relatório de Eliziane Gama. Há dúvida se a senadora pedirá também o indiciamento ou a responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos ataques cometidos aos prédios dos Três Poderes, na capital federal, na ocasião.
No decorrer de cinco meses, a comissão se propôs a construir uma linha do tempo para reconstituir os acontecimentos que antecederam e sucederam o 8 de janeiro. O objetivo foi identificar os responsáveis pelo financiamento dos ataques golpistas e pelas falhas de segurança que levaram à depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além do relatório oficial de Eliziane Gama, os parlamentares de oposição se propuseram a apresentar um documento paralelo que pedirá o indiciamento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Um segundo relatório oposicionista também deve ser lido na sessão desta terça; este último de autoria do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).
Atualizada às 10h27.