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Transporte suplementar de BH pode perder 15 veículos e afetar linhas até o próximo sábado (30)

Associação denuncia que acordo firmado com o Ministério Público não foi renovado pela prefeitura e que frota está abaixo do exigido em licitação

Número de veículos do transporte suplementar está abaixo do que manda edital

Até o próximo sábado (30), caso a Prefeitura de Belo Horizonte não renove, junto ao Ministério Público, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), pelo menos 15 veículos do transporte suplementar, conhecidos como “amarelinhos”, devem deixar de existir em Belo Horizonte. Com isso, a Associação dos Empresários do Transporte Suplementar e Similar de Minas, alerta para o comprometimento no funcionamento das linhas regulares.

O acordo foi assinado em 2019 e estende o prazo da licitação do serviço de transporte suplementar, cuja licitação é de 2001. Até o momento, no entanto, não há iniciativa para a renovação. Segundo o presidente da Associação, Atelírio Alves, sem a convocação de excedentes ou a renovação do TAC, a frota dos ônibus suplementares já foi reduzida de 300 para 250 veículos.

“Nós estamos enfrentando, há bastante tempo, a escassez de veículos para completar a frota dos ‘amarelinhos’, do sistema suplementar. Estamos rodando hoje com 250 micro-ônibus quando a frota prevista era de 300. Agora, vemos a ameaça de ficar de fora mais 15 veículos até o dia 30 e, até o final do ano e o inicio de 2024, perderemos mais 15 veículos. Isso traria o caos para o transporte suplementar de Belo Horizonte”, alerta ao dizer que, com a frota reduzida, não há condição de atender aos usuários.

Para o vereador Irlan Melo (Patriota), linhas atendidas pelo suplementares podem deixar de funcionar.

“Existem linhas como a S85, que são três beneficiários do TAC, ou seja, a linha vai deixar de existir. Já fiz um clamor para o prefeito [Fuad Noman, do PSD] para que tome a atitude, reveja o posicionamento e possa fazer com que o TAC aumente a sua validade ou que chame os excedentes”, afirmou.

Segundo ele, até o início de 2024, a frota pode chegar ao número de 220 veículos - o equivalente a pouco mais de 70% do que é exigido pela licitação firmada em 2001.

Em nota, a Prefeitura afirmou que “está estudando a melhor forma jurídica para assegurar a manutenção do atendimento à população. A Prefeitura trabalha continuamente para que os serviços de transporte público coletivo sejam preservados, respeitando toda a legislação vigente. Com a Lei 11.458/2023 estão sendo implantadas uma série de melhorias para garantir à população da cidade um serviço de qualidade.”

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.