Ouvindo...

Ministro Múcio reitera soberania da CPMI para convocar almirante e afirma: ‘muitos não desejavam sair do poder’

Ministro da Defesa afirmou que deseja rápida conclusão das investigações para punir os culpados por articulações golpistas

Ministro José Múcio tornou a garantir que as Forças Armadas foram indispensáveis para garantir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva

O ministro José Múcio repetiu nesta sexta-feira (22) a declaração dada na quinta-feira (21) à imprensa sobre a ligação de um almirante com a articulação de um golpe de Estado atribuído a Jair Bolsonaro (PL) após a derrota na eleição passada. Na portaria da Defesa, na Esplanada dos Ministérios, Múcio insistiu que deseja a rápida conclusão das investigações da Polícia Federal (PF) e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos para identificar os militares que participaram de estratagemas golpistas.

“A gente já percebia que muita gente não desejava sair do poder. Muita gente não desejava largar o poder. Mas, no dia 1º de janeiro, as Forças Armadas garantiram a posse do presidente eleito e estamos vivendo nossa plenitude democrática. Precisamos esclarecer para deixarmos de suspeitar de todo mundo e punir os culpados”, afirmou. Nessa quinta-feira, após as revelações sobre a delação premiada de Mauro Cid, Múcio declarou que as investigações provocaram um ‘ambiente de suspeição coletiva’ no ministério. Ele ainda garantiu que os militares nunca compactuaram com a hipótese de golpe supostamente aventada pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

Delação de Mauro Cid. Informações adiantadas por O Globo sobre a colaboração premiada de Mauro Cid, braço-direito de Jair Bolsonaro na Ajudância de Ordens, dão conta de que o militar relatou à Polícia Federal (PF) minúcias de um encontro entre o ex-presidente e a alta cúpula das Forças Armadas após a derrota na eleição do ano passado. Na ocasião, de acordo com Cid, Bolsonaro propôs um golpe de Estado para permanecer à frente do Palácio do Planalto. O Exército, segundo Cid, declinou da sugestão. O almirante Almir Garnier, entretanto, teria colocado as tropas da Marinha à disposição do então presidente da República.

À imprensa nesta sexta-feira, o ministro da Defesa José Múcio afirmou que ainda não esteve com o presidente Lula para discutir sobre as informações reveladas a partir da delação premiada de Mauro Cid. Questionado sobre a intenção da relatora da CPMI dos atos antidemocráticos, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), de convocar Almir Garnier para prestar esclarecimentos sobre os atos golpistas, Múcio disse que a comissão é ‘soberana e pode convocar quem quiser’.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.