Impasses sobre as quebras de sigilo levaram ao cancelamento da reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos marcada para o início da tarde de terça-feira (22). Governistas e oposição divergem sobre uma lista de requerimentos apresentada que inclui os pedidos de convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle, do ministro da Justiça Flávio Dino e outros. O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), indicou que uma nova rodada para votação acontecerá no início da sessão do próximo 31 de agosto.
“Hoje não foi possível. E não tendo um acordo, não há como se votar nada. Quero ressaltar que nas vezes que houve o acordo foi muito bom, sobretudo para a CPMI, mais do que para um lado A ou B”, declarou. “Todos os brasileiros sabem que aqui na CPMI, neste momento, nós temos narrativas antagônicas. E é preciso que o presidente da CPMI trabalhe o tempo inteiro para que o debate, a investigação, não sejam exclusivamente voltados para um lado ou para outro”, acrescentou.
Cronograma. Três depoimentos estão marcados para as próximas três audiências da CPMI dos atos golpistas.
O primeiro acontecerá na quinta-feira (24), quando deporá o sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, ex-integrante da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele é indicado como o responsável pela movimentação atípica de valores para o coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens.
Na sessão seguinte, marcada para terça-feira (29), a comissão ouvirá uma coronel da Polícia Militar (PM) — o nome ainda não foi confirmado na agenda da CPMI, mas um dos últimos requerimentos aprovados prevê a convocação da coronel Cíntia Queiroz de Castro.
Em 31 de agosto ocorrerá o depoimento do general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ida de G. Dias à CPMI é um desejo antigo da oposição.