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Prevenção desde filhote protege gatos e família contra vermes

Gatos sadios e vermifugados regularmente vivem com qualidade e dão segurança à família tutora

Os sintomas variam de acordo com o tipo de verme e a gravidade da infestação. Em casos mais leves, o tutor pode nem perceber alterações no comportamento do animal

Mesmo com hábitos higiênicos rigorosos, gatos estão vulneráveis a infestações por vermes, que podem comprometer gravemente a saúde, principalmente quando não diagnosticadas a tempo.

Alguns tipos são visíveis nas fezes ou no vômito, mas muitos agem de forma silenciosa. Por isso, a vermifugação periódica é tão importante, mesmo que o animal não aparente ter sintomas.

Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), os vermes intestinais mais comuns em gatos são os nematoides (Toxocara cati), ancilostomídeos e cestódeos (Dipylidium caninum).

Além de afetarem os animais, essas parasitoses podem ser transmitidas aos humanos, principalmente crianças, por meio do contato com fezes ou solo contaminado.

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Verminoses nem sempre apresentam sinais visíveis

A infecção pode ocorrer por ingestão de ovos ou larvas presentes em ambientes contaminados, pela caça de pequenos animais ou até pela transmissão da mãe para o filhote.

Os sintomas variam de acordo com o tipo de verme e a gravidade da infestação. Em casos mais leves, o tutor pode nem perceber alterações no comportamento do animal.

A American Veterinary Medical Association (AVMA), no entanto, alerta que a verminose pode provocar:

  • Perda de peso e apetite;
  • Diarreia ou vômito frequente;
  • Abdômen inchado;
  • Pelagem opaca;
  • Presença de vermes visíveis nas fezes ou vômito;
  • Coceira anal ou arrastar o traseiro no chão.

Filhotes, gatos imunossuprimidos ou em situação de rua correm mais risco de complicações. Em quadros avançados, a verminose pode causar anemia, obstruções intestinais e até levar à morte, especialmente se não houver tratamento.

Diagnóstico e prevenção são fundamentais

Diante de qualquer sintoma suspeito, o tutor deve procurar um médico-veterinário para análise de fezes e exames laboratoriais.

“O diagnóstico preciso é essencial para identificar a espécie de parasita e indicar o medicamento correto”, reforça o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em suas orientações sobre parasitoses.

A vermifugação deve começar ainda na fase de filhote e ser mantida regularmente. Gatos que têm acesso à rua, vivem com outros animais ou caçam pequenos roedores exigem maior vigilância.

Também é importante manter a higiene da caixa de areia e do ambiente, pois os ovos dos parasitas podem sobreviver por semanas fora do hospedeiro.

“Medidas preventivas simples, como evitar o contato com solo contaminado e controlar pulgas, ajudam a reduzir o risco de infecção”, explica o European Scientific Counsel Companion Animal Parasites (ESCCAP) em guia sobre vermes intestinais.

A verminose em gatos não representa apenas uma ameaça à saúde animal. Algumas espécies, como o Toxocara, têm potencial zoonótico e podem causar doenças graves em humanos, como toxocaríase ocular ou visceral.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.