Ouvindo...

Pais denunciam atrasos na contratação de profissionais da educação em Ouro Preto

Falta de monitores nas escolas municipais de Ouro Preto impede alunos com deficiência de frequentarem as aulas

Pais de alunos com deficiência denunciam a falta de monitores nas escolas municipais de Ouro Preto, impedindo que diversas crianças frequentem as aulas desde o início do ano letivo. O problema afeta unidades como as escolas Bonequinha Preta, Hélio Homem de Faria, Isaura Mendes, Major Felicíssimo, Juventina Drumond, Alfredo Baeta e Haydée Antunes.

De acordo com os relatos, a Prefeitura de Ouro Preto tem conhecimento da situação e alega estar tomando providências para a contratação dos profissionais. No entanto, as vagas não foram preenchidas em várias unidades, deixando alunos com deficiência sem o suporte adequado.

Além da ausência de monitores, alguns pais relatam mudanças inesperadas de profissionais sem qualquer aviso ou justificativa. “Como trocam a monitora sem nos comunicar? Eles não pensaram nas crianças? Como vai ser esse novo processo de adaptação?”, questiona uma mãe.

Na EMEI Bonequinha Preta, em Cachoeira do Campo, as aulas começaram no dia 5 de fevereiro, conforme o calendário municipal, mas até agora a unidade não recebeu monitores.

“A escola está operando sem funcionários para atender crianças com necessidades especiais. A Secretaria de Educação não dá assistência, não comunica os pais, não explica nada”, afirma uma responsável.

A insatisfação dos pais também se deve à demora na reposição dos contratos de monitores, encerrados ao final do ano letivo. Segundo as famílias, a prefeitura justifica os atrasos afirmando que o setor de Recursos Humanos estaria sobrecarregado. No entanto, os responsáveis argumentam que, se as contratações tivessem sido iniciadas em janeiro, o problema poderia ter sido evitado.

A falta de monitores tem levado muitos pais a deixarem de levar os filhos para a escola, temendo pela segurança e pelo cuidado das crianças sem o devido acompanhamento. Em algumas famílias, responsáveis estão faltando ao trabalho para permanecer em casa com os filhos, já que as escolas não conseguem garantir a assistência necessária.

Além disso, o problema afeta diretamente o desenvolvimento dos alunos com deficiência, que dependem desse suporte para frequentar as aulas.

“Cada dia que essa criança está fora da escola é um dia a menos de aprendizado, de inclusão, de progresso”, afirma uma mãe.

A sobrecarga das professoras também compromete a qualidade do ensino para toda a turma.

Os pais cobram soluções urgentes da Prefeitura de Ouro Preto para garantir que todas as crianças tenham acesso à educação de qualidade e recebam o suporte necessário.

A Itatiaia Ouro Preto entrou em contato com a Prefeitura de Ouro Preto que respondeu em nota:

“A Secretaria Municipal de Educação esclarece que os monitores estão em fase de contratação, seguindo os procedimentos necessários para admissão. Todas as solicitações de monitores serão atendidas para que o estudante tenha todo o auxílio necessário durante sua permanência na sala de aula. Além disso, é importante frisar que os alunos PCD’s não são impedidos de frequentar as atividades escolares e que a inclusão destes estudantes acontece dentro das instituições independente dos monitores. Professores, pedagogos e diretores escolares são responsáveis por todos os alunos independente das necessidades individuais. A Secretaria Municipal de Educação reafirma o compromisso de garantir atendimento educacional especializado e está acompanhando a contratação dos profissionais. Em breve, todos os monitores estarão disponíveis.”

Leia também


Participe dos canais da Itatiaia:

Matheus Renovato, belo-horizontino de 24 anos, é estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto, atua como Assistente de Comunicação na Itatiaia Ouro Preto. Seu interesse se volta especialmente para as áreas do jornalismo político, cultural e esportivo.