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Suprema Corte rejeita recurso da BHP Billiton em caso de rompimento de barragem

Maior ação coletiva do mundo segue em frente com julgamento marcado para 2024

Rompimento da barragem de Mariana em 2015

A Suprema Corte da Inglaterra rejeitou o recurso interposto pela BHP Billiton no caso do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. A mineradora tentou recorrer da decisão de julho de 2022 que permitiu que o caso fosse julgado na Inglaterra.

De acordo com a decisão da Corte de Apelação da Inglaterra, “a permissão para apelar foi recusada porque o pedido não levanta uma questão de direito discutível”. Sem mais recursos disponíveis, a BHP agora deve enfrentar o julgamento em outubro de 2024.

A ação na Inglaterra, movida pelo escritório global Pogust Goodhead, já está sendo considerada a maior ação coletiva do mundo, representando aproximadamente 700 mil vítimas brasileiras, entre pessoas físicas, comunidades indígenas e quilombolas, empresas, prefeituras, instituições religiosas e órgãos públicos agências de serviços. O valor potencial da compensação pode chegar a R$ 230 bilhões (US$ 44 bilhões).

Esse desfecho da Suprema Corte da Inglaterra implica que a BHP Billiton terá que enfrentar o processo judicial em curso, sem possibilidade de novos recursos. A ação coletiva movida pelas vítimas do rompimento da barragem de Fundão tem um alcance amplo, representando centenas de milhares de pessoas e instituições afetadas pelo desastre. O julgamento, marcado para outubro de 2024, promete ser um marco na busca por justiça e compensação pelos danos causados.

Após o anúncio feito pela Suprema Corte da Inglaterra que rejeitou o recurso da mineradora BHP Billiton, a empresa se pronunciou sobre a decisão, em nota.

“A Suprema Corte proferiu decisão a respeito do pedido da BHP para recorrer contra o julgamento que permitiu o prosseguimento do caso no Reino Unido. A decisão é processual e não tem relação com qualquer julgamento de mérito da ação em curso na Corte Inglesa. A

BHP nega os pedidos em sua totalidade e continua com sua defesa na ação, a qual entendemos ser desnecessária por duplicar questões já cobertas pelo trabalho existente e em andamento da Fundação Renova (sob a supervisão dos tribunais brasileiros) e outros processos legais no Brasil. A BHP Brasil continua a trabalhar em estreita colaboração com a Samarco e a Vale para apoiar os programas abrangentes de reparação e compensação sob a gestão da Fundação Renova.

Até o momento, esses programas financiaram R$ 29 bilhões em compensações financeiras e obras de reparação. Isso inclui R$ 13,8 bilhões pagos em indenizações e auxílio financeiro emergencial para mais de 413.000 pessoas. Por meio do Sistema Simplificado de Indenização, cerca de R$ 9,2 bilhões foram pagos a mais de 79.000 pessoas com dificuldades em comprovar seus danos, incluindo cerca de 64.000 reclamantes no caso do Reino Unido.”

Bruna Truocchio
Bruna Truocchio
Bruna Truocchio é repórter da Rádio Itatiaia Ouro Preto e apresentadora do jornal local. Formada em Jornalismo pela Universidade Estácio de Sá, tem pós-graduações em Filosofia e Marketing Digital.