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Entenda como a tecnologia BIM reduz erros na execução de projetos de interiores

Ferramenta amplia a precisão e oferece experiências imersivas para clientes ainda na fase de projeto, segundo especialista do Senai

Profissionais da construção civil utilizam o BIM para integrar informações e evitar retrabalhos

O uso de tecnologia na construção civil não se resume a obras de grande porte. O BIM (Modelagem da Informação da Construção, na sigla em inglês) tem transformado também o segmento de projetos de interiores. A ferramenta proporciona mais precisão, economia e uma comunicação eficiente entre todos os envolvidos.

Para Paulo Júnio Rodrigues Teixeira, Analista de Tecnologia e Consultor BIM do Senai CFP Paulo de Tarso, o BIM representa uma mudança fundamental na forma de projetar e executar ambientes internos.

“O BIM é um conceito que busca imputar o máximo de informações possíveis aos modelos virtuais da construção, indo além da simples representação gráfica dos elementos”, explica em entrevista à Itatiaia.

Segundo ele, o principal objetivo é garantir que os ambientes concebidos no projeto sejam construídos com fidelidade, minimizando retrabalhos e dúvidas na obra.

Mais controle e menos surpresas

Um dos principais atrativos do BIM é sua capacidade de simulação. “Com o BIM, não apenas é possível visualizar o ambiente antes do início da obra, mas também experimentá-lo por meio de tecnologias como Realidade Virtual e Realidade Aumentada”, destaca Paulo.

Isso permite que clientes explorem o espaço virtualmente, façam ajustes e aprovem detalhes antes mesmo da primeira parede ser erguida. Além disso, o BIM possibilita simulações em 4D (etapas construtivas ao longo do tempo) e 5D (impacto orçamentário), o que oferece uma visão estratégica do projeto como um todo.

Essa antecipação também reduz drasticamente os erros. De acordo com o especialista, a metodologia evita que “dúvidas sobre posicionamento ou especificações sejam transferidas para a obra”. Ele reforça que o BIM permite a compatibilização contínua entre os diferentes projetos: arquitetônico, elétrico, hidráulico e estrutural, evitando conflitos entre as disciplinas.

Outro ponto de destaque é a economia. Paulo cita a Curva de MacLeamy, que mostra que mudanças feitas ainda na fase de projeto têm baixo custo e alto impacto positivo, enquanto ajustes feitos durante a obra são caros e pouco eficientes.

“É muito mais simples e econômico ajustar a posição de um pilar ainda no modelo virtual do que após sua execução no canteiro”, compara.

Conhecimento acessível e em expansão

Apesar de exigir certo grau de conhecimento técnico, Paulo reforça que o acesso à informação sobre o BIM está cada vez mais fácil. “Esse conhecimento está hoje amplamente disponível em materiais de fácil acesso, desenvolvidos ao longo dos últimos 15 anos no Brasil”, afirma.

Ele destaca que além dos especialistas independentes, órgãos públicos também têm se empenhado em democratizar a metodologia. Eles oferecem manuais e cadernos técnicos acessíveis para profissionais das mais diversas áreas da construção.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.