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Zelensky, Trump e líderes europeus se encontram hoje pelo fim da guerra

Encontro será realizado em meio a pressão para que presidente ucraniano concorde com demandas da Rússia para cessar-fogo

Zelensky e Trump vão se encontrar novamente

Líderes globais se reúnem nesta segunda-feira (18) em Washington para uma cúpula crucial pela paz na Ucrânia, mas o encontro já é marcado por preocupações significativas sobre a viabilidade de um acordo duradouro. A reunião colocará frente a frente, novamente, os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e dos Estados Unidos, Donald Trump.

As posições diametralmente opostas dos principais atores – Ucrânia, Rússia e Estados Unidos – indicam um caminho complexo e incerto para o fim do conflito que já dura 42 meses, causando dezenas de milhares de mortes e milhões de deslocamentos.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chega à capital americana com líderes europeus, incluindo representantes do Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Finlândia, União Europeia e Otan. A intenção é garantir apoio a Kiev e evitar qualquer pressão para que a Ucrânia aceite termos de paz considerados favoráveis a Moscou.

Posição de Zelensky

Zelensky tem sido enfático em sua recusa às propostas de paz apresentadas pelo presidente russo, Vladimir Putin. As exigências de Putin incluíam a cessão do restante da região leste de Donetsk, território do qual a Ucrânia atualmente controla apenas um quarto. Em contrapartida, Zelensky defende a necessidade de “negociações reais”, que, segundo ele, deveriam começar “onde a linha de frente está agora”. O líder ucraniano enfatiza que a Constituição de seu país impossibilita a cessão de territórios.

Apesar dos desafios, Zelensky expressou gratidão pelo convite e a esperança de que a “força compartilhada com os Estados Unidos e nossos amigos europeus leve a Rússia a uma paz real”. Ele reitera que “A Rússia precisa encerrar esta guerra — a guerra que ela começou”.

Trump

Trump, que estendeu o tapete vermelho para o presidente Putin na última sexta-feira (15) no Alasca, tem afirmado que um acordo deve ser firmado para encerrar a guerra. Em sua plataforma Truth Social, Trump declarou que “O Presidente Zelensky, da Ucrânia, pode encerrar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar lutando”.

No entanto, uma mudança na postura de Trump é motivo de preocupação para Kiev. Anteriormente, Trump apoiava a proposta de Kiev de um cessar-fogo imediato para conduzir negociações de paz mais profundas. Após a cúpula com Putin, o líder americano indicou apoio à abordagem preferida pela Rússia de negociar um acordo abrangente enquanto os conflitos continuam. Essa inversão de posição pode significar um alinhamento com a estratégia de Moscou, pressionando a Ucrânia a dialogar sem garantias de cessar-fogo ou retirada total das forças russas.

Impasse

A divergência fundamental nas posições dos líderes cria um impasse significativo para a construção de um acordo de paz duradouro. Enquanto a Ucrânia, por imperativo constitucional e estratégico, se recusa a ceder qualquer parte de seu território e insiste que as negociações comecem a partir das linhas de frente atuais, a Rússia, e agora aparentemente o governo dos EUA, prefere negociar um acordo amplo enquanto as hostilidades persistem, o que pode legitimar o controle russo sobre territórios ocupados.

A presença e o apoio dos líderes europeus a Zelensky são cruciais neste momento diplomático, buscando reforçar a posição ucraniana contra qualquer tentativa de forçar um acordo desfavorável que comprometeria a soberania do país. O futuro da paz na Ucrânia dependerá, em grande parte, da capacidade dessas diferentes visões de encontrar um terreno comum, algo que, dadas as atuais declarações e estratégias, parece cada vez mais distante.

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