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Venezuela reage à pressão dos EUA e convoca civis para alistamento militar voluntário

Centenas de pessoas foram às praças e aos quartéis venezuelanos, atendendo ao pedido do presidente Nicolás Maduro

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.

Centenas de venezuelanos foram às praças e aos quartéis do país em resposta ao pedido do presidente Nicolás Maduro no último sábado (23). O objetivo do governo da Venezuela é fortalecer o Exército diante de ameaças dos Estados Unidos, liderados pelo presidente Donald Trump.

“Convoco todos os milicianos e todo o povo que queira se alistar para dizer ao imperialismo: basta dessas ameaças”, declarou o chavista.

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No início de agosto, os EUA aumentaram para US$ 50 milhões (equivalente a mais de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, formalmente acusado pela Justiça norte-americana de “ narcoterrorismo”.

A Casa Branca também anunciou a apreensão de US$ 700 milhões em bens ligados ao governo da Venezuela.

No sábado, em coletiva de imprensa, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimiro Padrino, afirmou que o alistamento é uma ação “eminentemente popular” e “voluntária”, como forma de “rejeição às agressões imperialistas”.

Atualmente, as Forças Armadas regulares da Venezuela contam com, aproximadamente, 200 mil militares.

Tensão com Trump

Na sexta-feira (22), os EUA enviaram uma frota naval para o sul do Caribe como parte de uma operação contra cartéis de drogas da América Latina.

A movimentação marítima, que inclui três navios com 4.500 militares, está diretamente relacionada às acusações contra Maduro, apontado pela Casa Branca como líder do Cartel dos Sóis — uma organização criminosa que supostamente facilita a exportação de cocaína para o território norte-americano.

Em resposta à ação do governo Trump, além de incentivar o alistamento militar, Maduro também mobilizou a milícia venezuelana, convocando seus integrantes para se reunirem em quartéis e bases militares durante o fim de semana.

Criada em 2005 pelo então líder Hugo Chávez, a milícia é formada por voluntários com treinamento militar básico.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.