O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, nesta quinta-feira (2), que a União Europeia é responsável pela “ausência de paz na Ucrânia”. O mandatário russo defendeu que o desfecho poderia ter sido outro sob outra liderança americana. “O conflito na Ucrânia poderia ter sido evitado se Donald Trump fosse presidente” na época do início dos ataques, completou.
Putin também disse que Moscou acompanha atentamente “a militarização crescente da Europa” e prometeu “uma resposta às ameaças” depois que países europeus aumentaram seus gastos em defesa em virtude da ofensiva de Moscou na Ucrânia.
“A resposta às ameaças será, no mínimo, muito contundente. E sim, digo a resposta. Nós nunca iniciamos uma confrontação militar”, declarou Putin durante um fórum em Sochi, no sudoeste da Rússia.
O dirigente russo acusou a Europa de impedir uma solução para a guerra na Ucrânia e de realizar “uma escalada permanente” do conflito. Putin também falou sobre as origens do conflito, acusou “aqueles que se consideraram vencedores” ao final da Guerra Fria de querer impor “a todos concepções unilaterais e subjetivas da segurança”.
“Isso se tornou a verdadeira causa originária não só do conflito ucraniano, mas também de muitos outros conflitos graves” do início do século XXI, disse, ao defender um “mundo multipolar” frente ao Ocidente.
Putin adotou um tom conciliador com Washington, depois que o presidente americano, Donald Trump, tentou se aproximar de Moscou para encontrar uma saída para a guerra na Ucrânia.
"É sabido que nossos países têm bastantes divergências. Nossos pontos de vista sobre muitos problemas mundiais não coincidem. Para as grandes potências, isso é normal”, afirmou, avaliando que a administração Trump se guiava pelos “interesses de seu país e tinha uma abordagem racional”.
Entenda a guerra na Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. Atualmente, o país detém cerca de um quinto do território do país vizinho. No mesmo ano, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Desde o início da guerra, acredita-se que milhares de soldados morreram na linha de frente. Apesar disso, nenhum dos lados divulgou números de baixas militares. Os Estados Unidos, por outro lado, afirmam que mais de 1,2 milhão de pessoas ficaram feridas ou mortas na guerra.
Com ataques cada vez mais ousados dentro da Rússia, a Ucrânia diz que as operações visam destruir infraestrutura essencial do Exército russo. A Russia, por sua vez, intensificou os ataques aéreos, incluindo ofensivas com drones. Apesar dos dois lados negarem ter civis como alvos, milhares morreram no conflito.
* Com AFP e Estadão Conteúdo
(Sob supervisão Edu Oliveira)