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Peru rompe relações com o México após país conceder asilo a ex-primeira-ministra

México concedeu asilo à ex-primeira-ministra Betssy Chavez, acusada de tentativa de golpe de Estado em 2022, o que revoltou o governo peruano

Presidente interino do Peru, José Jeri (à esquerda), observando a cerimônia de posse de seu gabinete no Palácio Presidencial em Lima, em 13 de outubro de 2025, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, gesticulando durante sua coletiva de imprensa diária no Palácio Nacional da Cidade do México, em 13 de outubro de 2025.

O governo do Peru anunciou nesta segunda-feira (3) que rompeu relações diplomáticas com o México após o país conceder asilo à ex-primeira-ministra Betssy Chavez, acusada de tentativa de golpe de Estado em 2022.

“Hoje soubemos com surpresa e profundo pesar que a ex-premiê Betssy Chávez, suposta coautora do golpe de Estado que o ex-presidente Pedro Castillo tentou consumar, está sendo asilada na residência da embaixada do México no Peru”, disse o chanceler Hugo de Zela em entrevista coletiva.

“Diante desse ato inamistoso e levando em conta as reiteradas ocasiões nas quais a atual e o anterior presidente daquele país intervieram nos assuntos internos do Peru, o governo peruano decidiu nesta data romper as relações diplomáticas com o México”, completou.

Após o corte de relações diplomáticas, o presidente José Jerí anunciou que a encarregada da embaixada mexicana no Peru, Karla Ornela, foi informada pelo chanceler do prazo para deixar o país.

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Já o governo mexicano afirmou que a decisão peruana é “excessiva e desproporcional” e que o asilo a Chávez é “legítimo e em conformidade com o direito internacional”. Além disso, a ação mexicana não interfere “de forma alguma” nos assuntos internos do Peru.

A ex-premiê alega que foi alvo de “reiteradas violações dos seus direitos humanos como parte de uma perseguição política do Estado peruano a partir de sua captura em 2023". A nota da chancelaria mexicana diz, ainda, que o asilo cumpre a Convenção de Caracas sobre o tema, que estabelece que o Estado concedente é “o único autorizado a qualificar a natureza da perseguição contra o solicitante”.

Mesmo com a crise, os países mantiveram o comércio bilateral.

Essa não é a primeira vez que o México abriga pessoas que denunciam perseguição polícia. Nos últimos anos, o ex-presidente boliviano Evo Morales foi abrigado pelo país, assim como o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas.

*Com AFP

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.