O governo do Peru anunciou nesta segunda-feira (3) que rompeu relações diplomáticas com o México após o país conceder asilo à ex-primeira-ministra Betssy Chavez, acusada de tentativa de golpe de Estado em 2022.
“Hoje soubemos com surpresa e profundo pesar que a ex-premiê Betssy Chávez, suposta coautora do golpe de Estado que o ex-presidente Pedro Castillo tentou consumar, está sendo asilada na residência da embaixada do México no Peru”, disse o chanceler Hugo de Zela em entrevista coletiva.
“Diante desse ato inamistoso e levando em conta as reiteradas ocasiões nas quais a atual e o anterior presidente daquele país intervieram nos assuntos internos do Peru, o governo peruano decidiu nesta data romper as relações diplomáticas com o México”, completou.
Após o corte de relações diplomáticas, o presidente 
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Já o governo mexicano afirmou que a decisão peruana é “excessiva e desproporcional” e que o asilo a Chávez é “legítimo e em conformidade com o direito internacional”. Além disso, a ação mexicana não interfere “de forma alguma” nos assuntos internos do Peru.
A ex-premiê alega que foi alvo de “reiteradas violações dos seus direitos humanos como parte de uma perseguição política do Estado peruano a partir de sua captura em 2023". A nota da chancelaria mexicana diz, ainda, que o asilo cumpre a Convenção de Caracas sobre o tema, que estabelece que o Estado concedente é “o único autorizado a qualificar a natureza da perseguição contra o solicitante”.
Mesmo com a crise, os países mantiveram o comércio bilateral.
Essa não é a primeira vez que o México abriga pessoas que denunciam perseguição polícia. Nos últimos anos, o ex-presidente boliviano Evo Morales foi abrigado pelo país, assim como o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas.
*Com AFP