O sistema de vigilância externa do
Laurence des Cars compareceu perante uma comissão do Senado para tentar explicar como foi possível esse roubo, em apenas oito minutos e com um valor superior a 100 milhões de dólares (538 milhões de reais), no museu mais visitado do mundo.
Des Cars, em suas primeiras declarações públicas desde domingo (19), assegurou que os alarmes do museu funcionaram durante o incidente, mas admitiu que as câmeras de vigilância externas “estão obsoletas”.
“O parque [de câmeras externas] é muito insuficiente, não cobre claramente todas as fachadas do Louvre”, disse. “Infelizmente, no lado da galeria de Apolo, a única câmera instalada está orientada para o oeste”, portanto não cobria a varanda afetada pelo furto.
A responsável, que em 2021 se tornou a primeira mulher a dirigir o museu, também pediu que fosse instalada “uma delegacia de polícia” dentro do estabelecimento e sugeriu outras medidas “a curto prazo”, como “a segurança das imediações do Louvre, especialmente na calçada”.
“Imensa ferida”
Este roubo é “uma imensa ferida que nos infligiram”, disse, admitindo que apresentou sua demissão ao governo, mas que foi rejeitada.
O
O presidente francês, Emmanuel Macron, ordenou nesta quarta-feira “acelerar” o reforço da segurança no estabelecimento, que reabriu suas portas ao público após permanecer fechado desde domingo.
A polícia continua buscando o grupo de quatro ladrões que perpetraram o assalto na galeria de Apolo.
Os
Os ladrões roubaram
“Uma suposta mudança”
A investigação “avança”, afirmou à imprensa o ministro do Interior, Laurent Nuñez. Ele disse que “mais de 100 investigadores” estão mobilizados.
Os detalhes do roubo espetacular são revelados com o avanço das investigações.
Os criminosos conseguiram o veículo com a plataforma elevatória por meio de “um pseudoaluguel para uma suposta mudança”, segundo a promotora de Paris, Laure Beccuau.
A promotora também explicou que a direção do Louvre avaliou os danos em 88 milhões de euros (102 milhões de dólares, quase 550 milhões de reais), uma quantia “extremamente impressionante”, mas que “não é de forma alguma paralela ou comparável aos danos históricos”.
Beccuau advertiu que os ladrões “não ganharão” esta quantia “se tiverem a péssima ideia de fundir essas joias”.
Roubos em museus
Nesta quarta-feira (22), muitos aguardavam ansiosos para entrar no museu. Às 9h locais (4h de Brasília), horário habitual de abertura do museu,
“Estávamos muito ansiosas. Nós reservamos para hoje, não teríamos outra oportunidade de voltar”, disse Fanny, que viajou com a filha de Montpellier, no sul da França.
A galeria Apolo, no entanto,
O roubo no Louvre é o mais recente de uma série de furtos perpetrados em museus franceses.
Menos de 24 horas após o espetacular roubo em Paris, trabalhadores de um museu em Langres, no norte da França, constataram na segunda-feira o desaparecimento de moedas de ouro e prata, parte de seu “tesouro” encontrado em 2011 e composto por cerca de 1.900 peças cunhadas entre 1790 e 1840, indicou a prefeitura.
No mês passado, criminosos invadiram o Museu de História Natural da capital francesa, levando amostras de ouro avaliadas em 700.000 dólares (3,7 milhões de reais).
No mesmo mês, ladrões roubaram dois pratos e um vaso de um museu na cidade central de Limoges, com perdas estimadas em 7,6 milhões de dólares (40,9 milhões de reais).
*Com AFP