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Milei terá reunião com Trump enquanto negocia empréstimo com os Estados Unidos

Presidente da Argentina enfrente momento de crise política e forte desvalorização da moeda local; Banco Central vendeu US$ 1,1 bilhão em três dias

Governo Milei negocia com o Tesouro dos Estados Unidos um empréstimo para pagar outras dívidas

O presidente da Argentina, Javier Milei, deve ter uma reunião bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Nova York, na terça-feira (23). O encontro foi anunciado pelo porta-voz da Casa Rodada, Manuel Ardoni, no momento em que o governo negocia com o Tesouro dos EUA um empréstimo de R$ 9,5 bilhões para garantir o pagamento de dívidas.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina disse que o encontro é um marco do relacionamento bilateral e “do compromisso compartilhado que continuará fortalecendo os laços estratégicos” entre os dois países.

Na sexta-feira (19), foi questionado durante uma entrevista ao diário La Voz del Interior, de Córdoba, se esperava ajuda do Tesouro dos EUA. “Essas negociações levam tempo e não fazemos anúncios até que estejam confirmadas. Mas estamos trabalhando muito duro, estamos bastante avançados, e também é uma questão de tempo”, disse.

Após um período de estabilidade, a Argentina voltou a ter problemas econômicos, com o banco central sendo levado a fazer a venda de US$ 1,1 bilhão para conter a alta do dólar nos últimos três dias. No meio de uma crise política, envolvendo um suposto caso de corrupção envolvendo Karina Milei, irmã e secretária-geral do presidente, e uma derrota nas eleições da província de Buenos Aires, os argentinos correm para comprar a moeda americana.

Em abril, a Argentina fez um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e extinguiu os controles da política de câmbio. O governo Milei adotou o sistema de bandas flutuantes, que define um piso ou teto para que a taxa de câmbio se mova de acordo com o mercado. Porém, a flutuação foi grande nos últimos dias e o país tenta segurar o câmbio.

Na sexta-feira, o dólar fechou a 1.474,50 pesos, bem perto do teto da banda cambial, atualmente em 1.474,83 pesos. No mesmo dia, o banco central injetou cerca de US$ 678 milhões no mercado. Na quarta (17) e quinta-feira (18), às intervenções somaram US$ 432 milhões.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.