Em seu primeiro Natal como papa, Leão XIV fez um apelo para que Rússia e Ucrânia retomem negociações diretas com o objetivo de encerrar a guerra. Durante a tradicional bênção urbi et orbi, no Vaticano, o pontífice pediu “coragem” às partes envolvidas e ressaltou a necessidade de diálogo sincero, com apoio da comunidade internacional.
O papa também chamou atenção para o sofrimento de civis em conflitos ao redor do mundo, destacando a situação humanitária em Gaza, onde milhares de pessoas enfrentam o inverno em condições precárias após dois anos de guerra entre Hamas e Israel. Leão XIV citou as famílias que vivem em tendas improvisadas, expostas ao frio, à chuva e ao vento.
Na homilia da missa de Natal na Basílica de São Pedro, o pontífice afirmou que populações indefesas continuam pagando o preço de guerras que deixam destruição e feridas profundas. Ele também direcionou palavras à América Latina, pedindo que líderes políticos priorizem o diálogo e o bem comum, sem divisões ideológicas. O Haiti foi o único país citado nominalmente, com um pedido pelo fim da violência e avanço da reconciliação.
Eleito em maio, Leão XIV celebrou na noite de quarta-feira sua primeira Missa do Galo, marcada por uma mensagem de esperança, caridade e solidariedade. O papa, que tem cidadania americana e peruana, também lembrou dos migrantes que atravessam o continente americano em busca de melhores condições de vida.
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Enquanto isso, em Gaza, a pequena comunidade católica participou de celebrações discretas de Natal. Fiéis relataram à AFP a expectativa de que o próximo ano traga o fim da guerra e a retomada da vida normal. Com a trégua, Belém voltou a receber centenas de pessoas na Missa do Galo, após dois anos de cancelamentos.
O Natal também foi marcado por crises em outras regiões do mundo. Na Indonésia, fiéis celebraram a data em meio aos impactos de enchentes que deixaram mortos e desabrigados. Nos Estados Unidos, áreas da Califórnia estavam em alerta para chuvas intensas e risco de inundações. Já na Turquia, autoridades prenderam mais de cem suspeitos de ligação com o Estado Islâmico, acusados de planejar ataques durante as festas de fim de ano.
Nos EUA, o presidente Donald Trump divulgou uma mensagem natalina com tom agressivo contra adversários políticos, contrastando com os apelos globais por paz feitos ao longo do dia.
*com informações de AFP