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Dia de protestos no Equador resulta em manifestante morto e 17 militares retidos

A maior organização indígena do Equador convocou novos protestos para esta segunda-feira (29) contra o aumento dos preços dos combustíveis

Um dia de protestos no Equador terminou com um manifestante morto e 17 militares retidos após confrontos violentos no norte do país, nesse domingo (28).

A alta na gasolina e no diesel já havia provocado grandes mobilizações em 2019 e 2022, durante os governos de Lenín Moreno e Guillermo Lasso no país.

No domingo, a Conaie denunciou que o indígena Efraín Fuerez, de 46 anos, foi atingido por tiros disparados pelas Forças Armadas e morreu em um hospital de Cotacachi, na província de Imbabura, a pouco mais de 100 km de Quito. A Polícia e os militares não comentaram a acusação.

Um vídeo divulgado pela Conaie, no X (antigo Twitter), mostra um grupo de militares agredindo com chutes dois homens no chão. Um deles estava ferido, e o outro tentava ajudá-lo.

Horas depois, ainda em Cotacachi, as Forças Armadas acusaram manifestantes de ferir 12 soldados e reter outros 17.

Segundo comunicado militar, os agentes faziam a escolta de um comboio de alimentos quando foram atacados em uma “emboscada violenta de grupos terroristas infiltrados”.

As autoridades divulgaram imagens de militares ensanguentados e vídeos de agressões.

“O que aconteceu em Cotacachi não foi protesto: foi uma emboscada covarde executada por estruturas criminosas, terroristas, que atacaram nossas Forças Armadas”, declarou a ministra do Governo, Zaida Rovira.

Veja imagens dos protestos contra a PEC da Blindagem e PL da Anistia pelo país

O presidente Daniel Noboa atribuiu os protestos à gangue venezuelana Tren de Aragua. Ele afirmou que manifestantes que descumprirem a lei serão acusados de terrorismo e podem pegar até 30 anos de prisão.

Para conter a mobilização, iniciada na semana passada, Noboa decretou estado de exceção em oito das 24 províncias do país.

Mesmo assim, manifestantes desafiaram a medida, bloquearam estradas com barricadas e troncos e entraram em confronto com as forças de segurança.

Desde o início dos protestos, a Aliança pelos Direitos Humanos do Equador contabiliza 48 feridos e 100 detenções.

A maior organização indígena do Equador, a Conaie, convocou uma greve nacional para esta segunda-feira (29).

Com agências
(Sob supervisão de Marina Dias)

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas