“Bullying de Trump contra Brasil está saindo pela culatra”: é assim que o colunista do Washington Post, Ishaan Tharoor, definiu a tarifa de 50% sobre as importações brasileiras para os Estados Unidos imposta por Donald Trump. De acordo com o colunista, o Brasil é um alvo incomum para o protecionismo do presidente norte-americano. Isso porque os EUA têm um
Para Ishaan Tharoor, a Casa Branca não escondeu sua verdadeira agenda, que estaria relacionada aos pedidos de suspensão dos
Ele reforça, no entanto, que a medida parece não ter afetado o presidente Lula nem o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que supervisiona a acusação contra Bolsonaro e também aplicou a lei brasileira para reprimir a desinformação online. Segundo o colunista, “a economia brasileira é maior e mais diversificada do que a de seus vizinhos, e seu líder percebeu uma oportunidade na crise”, defende.
Ele citou como exemplo uma fala proferida por Lula em uma entrevista a Christiane Amanpour, da CNN: “Não podemos deixar o presidente Trump esquecer que foi eleito para governar os EUA... não para ser o imperador do mundo”. Já Moraes é definido como “inabalável” por ele.
Na última sexta-feira (18), o ministro do
Segundo investigadores da Polícia Federal (PF), o ex-presidente está atuando para dificultar o julgamento no processo que apura uma tentativa de golpe de Estado. O Supremo Tribunal Federal (STF) desconfia que Bolsonaro se preparava para pedir asilo político ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Para o colunista, a situação foi uma benção para Lula. “Pesquisas mostram um apoio renovado ao seu governo diante da intimidação americana provocada por Bolsonaro. As tarifas também prejudicam os interesses das elites empresariais, que costumam ser os maiores impulsionadores da oposição conservadora a Lula”, disse Ishaan Tharoor.
Um alto diplomata brasileiro, que falou ao jornal americano sob condição de anonimato por não estar autorizado a comentar publicamente sobre os procedimentos, ressaltou que as instituições democráticas do Brasil e seu judiciário independente não eram moedas de troca.
Bolsonaro e aliados “conseguiram o que almejavam — uma grave ameaça contra todo o país e sua economia — e agora não apenas parte de seus eleitores, mas especialmente seu outrora forte eleitorado nas comunidades financeira e empresarial, está se voltando contra eles”, disse o diplomata ao colunista. “O Papai Noel chegou cedo para o presidente Lula, e o presente foi enviado por Trump por meio desse ataque desajeitado à soberania do Brasil, a fim de proteger um aspirante a ditador e um claro perdedor.”