Em Havana, uma fábrica emprega cerca de 400 trabalhadores e dezenas de máquinas para produzir aproximadamente 800.000 charutos diariamente. Essa produção, embora crescente, ainda não atende à demanda pelos charutos industriais da Internacional Cubana de Tabacos S.A. (ICT), única exportadora cubana desse tipo, conforme Ricardo Soler, seu presidente. A ICT vende toda a sua produção imediatamente.
Esses charutos industriais menores e mais acessíveis são destinados a uma fumada mais curta, contrastando com os luxuosos charutos de Havana feitos à mão. Segundo Soler, a demanda por eles supera a capacidade produtiva da fábrica, que opera a plena carga. As vendas da empresa saltaram de 25,4 milhões de charutos em 2001 para 200 milhões em 2024, com um faturamento de US$ 38 milhões, quase o dobro de uma década atrás.
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O tabaco cubano, reconhecido mundialmente pela sua qualidade, é um dos principais itens de exportação do país. Em 2024, o setor registrou um recorde de vendas de US$ 827 milhões, um aumento de 16%, impulsionado pela crescente procura do mercado asiático por produtos de luxo.
Soler compara os charutos artesanais aos reis e os industriais aos príncipes, destacando a Europa como o principal mercado para os industriais, embora o mercado asiático esteja em expansão. Devido ao embargo americano, Cuba não pode vender seus charutos industriais nos Estados Unidos, assim como os artesanais.
A fábrica da ICT opera com 64 máquinas, incluindo 54 de última geração capazes de produzir até 42 charutos por minuto, fabricando onze marcas prestigiadas como Cohiba, Partagás e Romeo y Julieta em oito formatos. A ICT opera desde 2001 em parceria com a espanhola Tabacalera, pertencente a um consórcio asiático com nomes não revelados.
A principal diferença entre os charutos artesanais e industriais, além do tamanho menor e do preço inferior, reside no uso de folhas inteiras de tabaco nos primeiros e folhas picadas nos segundos.
* Com informações da AFP