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Entenda o que está acontecendo na Síria com a tomada de poder e queda de Bashar Al-Assad

Grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham, anteriormente ligado à Al-Qaeda, lidera ofensiva que derruba regime de Bashar al-Assad em meio a fragilidades internas e externas

Em uma reviravolta surpreendente no cenário geopolítico do Oriente Médio, o regime de Bashar al-Assad na Síria foi derrubado após 24 anos no poder. O grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS), anteriormente conhecido como Frente Nusra e ligado à Al-Qaeda, liderou uma ofensiva que resultou na queda do governo sírio.

Segundo o professor Danis Arredine, diretor do Instituto de Ciências Sociais da PUC Minas e especialista em Geopolítica, o colapso do regime de Assad foi facilitado por uma combinação de fatores internos e externos. ‘O enfraquecimento do Hezbollah no Líbano, das milícias iraquianas e a atenção reduzida do Irã criaram um estado de fragilidade para as forças de apoio à Síria’, explica Arredine.

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Fragilidades internas e contexto internacional

A deterioração econômica da Síria, resultado de anos de conflito desde a Primavera Árabe de 2011, também contribuiu significativamente para a queda do regime. As forças armadas sírias, outrora o principal bastião do governo, enfrentavam baixos salários e falta de motivação entre os soldados.

Além disso, o apoio internacional ao regime de Assad havia diminuído consideravelmente. A Rússia, principal aliada externa da Síria, estava ocupada com o conflito na Ucrânia, enquanto o Irã enfrentava suas próprias tensões regionais.

O futuro incerto da Síria

O líder do HTS, conhecido como Julani, prometeu respeitar as minorias e permitir que o povo sírio decida o futuro do país. No entanto, a comunidade internacional permanece apreensiva devido ao histórico do grupo e suas antigas ligações com organizações terroristas.

‘Entre a narrativa e a realidade, temos um caminho muito grande’, adverte o professor Arredine, ressaltando a incerteza sobre o tipo de governo que emergirá deste novo cenário político.

A situação atual na Síria permanece surpreendentemente calma, sem relatos de ações contra a população civil. No entanto, o equilíbrio de poder na região foi alterado, com a Turquia emergindo como potencial beneficiária da mudança, enquanto Irã e Rússia perdem influência.

À medida que a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, a esperança de liberdade e prosperidade para o povo sírio permanece, embora o futuro político do país ainda seja uma incógnita.


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