O presidente sírio Bashar al-Assad foi deposto após 24 anos no poder por um grupo rebelde que invadiu o país. O movimento, liderado pelo Hayat al-Hilal-Sham, anteriormente conhecido como Frente Nursa, conseguiu derrubar o governo em apenas dez dias, com apoio principalmente da Turquia.
O conflito na Síria, que se arrasta desde 2011, envolveu diversos grupos de oposição contra o governo de Assad. Entre eles, destacavam-se ex-militares sírios apoiados pelos Estados Unidos e Europa, curdos sírios também respaldados pelos EUA, e milícias religiosas com facções mais radicais e moderadas.
Origem e evolução do grupo rebelde
O Hayat al-Hilal-Sham, cujo nome significa ‘grupo de libertação da grande Síria’, emergiu como a principal força de oposição na província de Idlib, única região onde o governo de Assad não mantinha presença significativa. Anteriormente afiliado à Al-Qaeda sob o nome de Frente Nursa, o grupo rompeu com a organização terrorista em 2016 devido a desentendimentos internos.
A ascensão deste grupo gera preocupações no Ocidente e entre as minorias sírias, dado seu passado como organização terrorista. Questiona-se que tipo de governo será estabelecido na Síria sob sua liderança.
Promessas e incertezas
O líder do Hayat al-Hilal-Sham, conhecido como Julani, afirma que o movimento visa libertar a Síria de um ditador e respeitar as minorias. Ele promete consultar o povo sírio sobre o tipo de governo que desejam estabelecer.
No entanto, a comunidade internacional permanece cética quanto às reais intenções do grupo. O histórico de violência e a complexidade do conflito sírio lançam dúvidas sobre o futuro do país e a possibilidade de uma transição pacífica para um governo democrático.
A queda de Assad marca o fim de um regime que reprimiu violentamente uma revolta pró-democracia em 2011, desencadeando uma das guerras mais sangrentas do século XXI. Agora, o mundo observa atentamente os próximos passos do Hayat al-Hilal-Sham e seu impacto no futuro da Síria e da região.