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Cientistas desenvolvem antibiótico que ‘derruba’ a Crab, super-bactéria com duas membranas

Pesquisa realizada pela Universidade de Harvard em parceria com empresa suíça Hoffmann-La Roche foi publicada numa revista cientítica

Imagem ampliada de um conjunto de bactérias resistentes a antibióticos

Boa notícia! Cientistas da Universidade de Harvard e da empresa suíça Hoffmann-La Roche, da área da Saúde, anunciaram o desenvolvimento de um antibiótico com potencial para combater uma perigosa bactéria para a qual ainda não há tratamento: a Acinetobacter baumanii, também conhecida pela sigla Crab, em inglês.

Classificada como patógeno prioritário pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ela caracteriza-se por ser altamente resistente aos antibióticos, em função de ter duas membranas de proteção, uma interna e outra externa, em sua estrutura.

O estudo de Harvard e da Hoffmann-La Roche, cujos resultados foram publicados na revista Nature no último dia 3, teve como foco desenvolver uma molécula capaz de atravessar as membranas duplas e matar a bactéria.

Antibióticos resistentes triplicaram

Outro estudo da OMS mostra que os antibióticos mais usados – as tetraciclinas, sulfonamidas, quinolonas e penicilinas – são os que apresentam as maiores taxas de resistência. De 2000 a 2018, a proporção de antibióticos aos quais as bactérias se tornaram resistentes quase triplicou em galinhas e porcos.

De acordo com a OMS, a resistência antimicrobiana é uma das maiores ameaças à medicina moderna. “O mundo está caminhando para uma era pós-antibióticos, na qual infecções comuns poderão ser novamente fatais” , alerta o órgão.

A presença de superbactérias em animais e nas carnes comercializadas podem trazer implicações sérias para a saúde humana, alerta a OMS.

Além disso, animais como frangos e porcos atuam como reservatórios destas superbactérias, por isto não basta simplesmente consumir carnes rotuladas como livres de antibióticos. Hoje em dia, mais de 700 mil pessoas morrem todos os anos por infecções resistentes a antibióticos.

Em 2050, estima-se que este número aumente para 10 milhões de mortes ao ano, mais do que câncer ou diabetes. O governo britânico informa que as infecções resistentes a antibióticos poderão custar então ao mundo cerca de 100 trilhões de dólares.

“Além dos problemas éticos e ambientais, o consumo de carnes e derivados está contribuindo de forma substancial para estarmos, em breve, em uma nova era em que os antibióticos não terão mais efeito” comenta Ricardo Laurino, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira.

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