Milhares de israelenses protestaram nas ruas de Tel Aviv neste sábado (15), pela 15ª semana consecutiva. O motivo é a reforma judicial promovida pelo governo do premiê Benjamin Netanyahu, considerada uma ameaça à democracia do país. Desde que a reforma foi anunciada, em janeiro, dezenas de milhares de pessoas se manifestam semanalmente para denunciá-la.
“Salvemos a democracia”, diziam faixas entre muitas bandeiras israelenses. Alguns manifestantes acenderam sinalizadores e latas de fumaça, relataram jornalistas da AFP. Outros protestos, com menor número de participantes, também foram registrados nas cidades de Jerusalém, Haifa (norte) e Modiin (centro), em frente à casa do ministro da Justiça, Yariv Levin.
Em 27 de março, o governo formado em dezembro por Netanyahu anunciou uma “pausa” legislativa para dar uma “chance [...] de diálogo”. “Todos estamos cansados e não queria vir hoje, mas minha irmã me disse: ‘não temos opção’ e é verdade, não temos opção, não podemos baixar a guarda, precisamos defender o nosso país”, disse Karen Baron, uma psiquiatra de 45 anos.
O Executivo acredita que a medida vai equilibrar o poder entre o Parlamento e a Suprema Corte, considerada politizada pela atual coalizão governista, uma das mais à direita da história de Israel. Já os opositores consideram que a reforma pode levar o país a um modelo autoritário.
Os protestos deste sábado ocorreram um dia depois de a agência de classificação financeira americana Moody’s rebaixar a perspectiva de crédito de Israel de “positiva” para “estável”. De acordo com a agência, a mudança reflete “uma deterioração da gestão de Israel, como mostram os acontecimentos recentes devido à proposta de governo para reformar o sistema judicial”.